Prós
  • Confortável e não esquenta na mão
  • Pode virar um PC portátil com Windows 11
  • APU da AMD roda bem jogos pesadíssimos
  • Pode receber upgrade de SSD e GPU (externa)
Contras
  • Windows 11 é horrível para tela de toque
  • Bateria pequena

Quem joga no PC já está acostumado a montar um setup, pensar em muitas variáveis e entende que o computador não é exclusivamente feito para jogos. Do outro lado, o console é a solução mais simples ao entregar tudo pronto, bastando conectar energia e vídeo, para jogar. O ROG Ally tenta entrar no meio destes dois ideais e mostra para a Valve que o Steam Deck ganhou um concorrente forte.

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O ROG Ally é um PC sim, até por rodar o Windows 11 normal de qualquer computador e que pode parar o game para escrever uma planilha do Excel, editar um texto, acessar qualquer site em qualquer navegador disponível e depois voltar para a jogatina. Ele entrega tela Full HD com 120 Hz e uma solução da AMD para APU focada exatamente em jogos onde eles acontecem com a bateria.

Será que vale a pena? Eu passei os últimos dias jogando bastante e até escrevi esse review com o ROG Ally plugado em um monitor, com teclado e mouse, para te contar minha experiência nos próximos parágrafos.

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Por fora é igual ao Steam Deck, mas é diferente

Na frente você certamente já viu coisa parecida no mercado, desde que o Nintendo Switch chegou. O ROG Ally também tem a cara de seu principal concorrente que é o Steam Deck, mas existem mudanças bastante marcantes para a Asus não ser apontada como copiona.

Armoury Crate junta os games (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Armoury Crate junta os games (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Sim, temos controles nas laterais e tela no meio como o Nintendo Switch, PSP, PS Vita, Steam Deck e um monte de console chinês que apareceu recentemente. Por outro lado, o ROG Ally entrega direcionais analógicos maiores e mais aderentes, com luzes RGB por baixo. O layout dos botões é exatamente o mesmo do Xbox, seja pelos X, Y, B e A, ou por cima com LB, RB e LT e RT.

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Na frente ainda existem dois botões para o equivalente ao Start e Select, junto de outros dois sendo um para chamar atalhos rápidos que você pode configurar manualmente e eles incluem brilho da tela, modo de desempenho e até gravação da gameplay, enquanto o outro é onde é possível abrir o Armoury Crate.

ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Botões do Xbox estão no ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Este software reúne todos os seus jogos, de todas as lojas e eu falo sobre ele mais tarde. A tela é de 7 polegadas, com resolução 1080p e atualização de 120 Hz, com resposta de 7 ms e FreeSync Premium. O vidro entrega Gorilla Glass Victus e isso é um deleite para a solução no Nintendo Switch que arranha até no próprio dock.

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Por cima você encontra um botão liga/desliga com leitor de impressões digitais para o Windows Hello, controle de volume, entrada para cartão microSD e um plugue maluco que uma parte é um USB-C para energia e dados, enquanto o restante dele é conector proprietário capaz de fazer o ROG Ally receber uma placa de vídeo externa para aumentar o desempenho.

Mais botões atrás (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Mais botões atrás (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Por cima ficam as saídas de ar e você vai agradecer a presença delas, enquanto atrás temos dois botões de macro. Eles valem para jogos e até podem ser configurados no Windows, para atalhos.

Tudo isso, toda essa sopa de letrinhas significa que o ROG Ally tem os botões nos lugares corretos para jogatina seguindo horas, a entrada de energia está para cima e não atrapalha, enquanto ele segue o padrão da indústria. Eu gostei muito do pacote e como ele está organizado, além de ser confortável também.

ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Senti realmente que o console me dá uma sensação de segurar um controle tradicional, enquanto as ventoinhas não são tão barulhentas como é a do Nintendo Switch. Parabéns, Asus e AMD!

Por dentro força bruta, com cortes

Passando para a parte interna, temos um chip da AMD feito com o console portátil em mente. Ele é um Ryzen Z1 Extreme, com gráficos de 12 unidades RDNA 3 de até 2,7 GHz. Existem oito núcleos com 16 threads no processador, mas a empresa conseguiu criar vários modos de uso para aumentar ou diminuir o consumo de energia da bateria.

O primeiro entrega 10 watts para a APU e também garante menor uso das ventoinhas, com maior autonomia de bateria. Ele serve muito bem para usar o Windows ou rodar um jogo leve, já o segundo aumenta a energia para 15 watts e o terceiro faz 25 watts fora da tomada ou 30 watts quando plugado em uma fonte de energia de 65 watts, que vem na caixa.

ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

A diferença de desempenho nos jogos é gritante e no consumo da bateria também. No primeiro eu consegui mais de 8 horas de autonomia, enquanto no terceiro você jogará pouco mais de 1 hora antes do ROG Ally desligar sozinho por falta de carga.

Para os jogos, também temos 16 GB de LPDDR5 e 512 GB de SSD M.2 2230 em PCIe 4.0. A RAM é compartilhada com a GPU e você pode ir até 8 GB, mas em todos os testes eu fiquei feliz com 4 GB, montante padrão do próprio sistema.

A Asus criou o Armoury Crate e nele você tem todos os jogos instalados em uma só tela, mesmo que alguns estejam no Steam, outros no EA App, com mais uns em qualquer outra loja para Windows, como os do Xbox Game Pass. É uma mão na roda, pois os títulos abrem direto de lá e no local você configura os botões e informações do desempenho.

ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Já o Windows, que pode ser aberto para ser utilizado para qualquer coisa, a tela de toque não ajuda e o problema não é dela. O próprio sistema operacional ainda não tem interface feita para toque dos dedos e você vai sofrer. Eu consegui usar o ROG Ally como um PC portátil ao plugar em um monitor externo e conectar um teclado e mouse, ambos por Bluetooth.

Enfim, jogos. Eu testei com alguns e Cyberpunk 2077 rodou em 720p, com tudo no médio para receber cerca de 60 fps durante a jogatina, Shadow of the Tomb Raider foi um pouco abaixo disso, perto dos 55 quadros por segundo quando estava configurado para “Alto”. Death Loop com tudo no médio esteve acima de 50 fps em 1080p, com o upscalling ativado para qualidade.

ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Com isso temos um cenário que você precisará fazer alguma matemática para conseguir jogar. A APU da AMD não é tão forte quanto um PC gamer montado com RTX 4090, mas você estará em um desempenho e visual próximos do que um PS5 consegue. A tela ser pequena permite a jogatina em 720p para aliviar o estresse, exatamente como o Nintendo Switch faz.

Com isso eu joguei bastante em 720p, mas com upscalling para 1080p no modo qualidade e não notei problemas. Se você vem dos consoles isso significa estar acostumado com 30 fps, então ficará ainda mais feliz por mais tempo. O ROG Ally roda bem títulos nesta quantidade de frames por segundo, até no modo de consumo energético reduzido, em 15 watts.

ROG Ally: vale a pena?

Eu acho que sim, até pela falta de concorrência no mercado. O preço sugerido pelo ROG Ally é de R$ 7 mil e sim ele custa mais caro que um PS5 ou Xbox Series X, porém você não leva nenhum deles para a rua e joga onde quiser, na bateria. O mesmo vale para um notebook gamer, que com esse preço você consegue solução mais potente, mas não vai tirar um do bolso na fila do banco para rodar um GTA 5, Cyberpunk 2077 ou Elden Ring e curtir por uma hora, sem parar e longe da tomada.

ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
ROG Ally (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O preço é alto, mas a ideia fora da caixinha e o trabalho da APU da AMD para rodar muito bem um jogo pesadíssimo direto da bateria, é de tirar o chapéu. Se você pensar que basta plugar um hub USB-C para ter o ROG Ally como um PC completo com Windows 11 ao colocar ele em um HDMI e utilizar mouse e teclado, o valor agregado sobe.

O Nintendo Switch, Steam Deck e os consoles de mesa não fazem isso, situação que apenas um notebook consegue. Eu achei o ROG Ally confortável, o controle térmico deixa todo o calor no centro e longe das mãos, ele também roda bem os games se você não quer fps elevado demais. Então vale sim.

ROG Ally: ficha técnica

Tela:IPS LCD de 7 polegadas
1.920 x 1.080 pixels
120 Hz
7 ms
Brilho máximo de 500 nits
Gorilla Glass Victus
Processador:AMD Ryzen Z1 Extreme (4nm)
8 núcleos e 16 threads até 5,10 GHz
GPU:AMD Radeon Graphics RDNA 3
Até 8 GB (compartilhada)
RAM:16 GB LPDDR5
Dual channel de 6.400 MT/s
Armazenamento:SSD 2230 de 512 GB
NVMe M.2 PCIe 4.0
Sistema Operacional:Windows 11 Home
Conexões:Wi-Fi 6E (2,4 GHz e 5 GHz)
Bluetooth 5.2
Portas:Saída para fone de ouvio P2
1 interface móvel ROG XG
1 USB-C 3.2 2ª geração com DisplayPort 1.4
Bateria:40 Wh de 4 células
Recarga com 65 watts (incluso)
Outros:Leitor de impressões digitais (botão liga/desliga)
Dimensões:28 cm X 11,1 cm X 2,12 cm
Peso:608 gramas
Nossa avaliação
Nota Final
9.1
  • Desempenho
    9.0
  • Tela
    10.0
  • Bateria
    8.0
  • Software
    9.0
  • Conectividade
    10.0
  • Som
    9.0
  • Design
    9.0

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