Na noite de segunda-feira (7), a SpaceX lançou mais 15 satélites Starlink a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia. A caminho da órbita, o Falcon 9 usado na missão fez um buraco na ionosfera, formando um grande X no céu – coincidentemente, a nova marca do Twitter, definida por Elon Musk pouco tempo depois que o dono da empresa de foguetes comprou a rede social. 

Dennis Mammana, astrofotógrado de Borrego Springs, que fica nas proximidades, foi um dos observadores que conseguiu registrar o brilho vermelho que assumiu esse formato peculiar ao “atravessar” a Via Láctea.

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Essa luz vermelha é causada por uma reação de troca de carga entre o escape do foguete (principalmente água) e os gases na ionosfera. A reação extinguiu a ionização local em até 70%, essencialmente “rasgando” a ionosfera ao longo do caminho do foguete.

Imagem mostra o foguete Falco 9 e sua pluma de gás em direção à órbita da Terra pouco antes de restos da pluma cruzarem a Via Láctea formando um X. Crédito: Dennis Mammana via Spaceweather.com

Um vídeo de lapso de tempo produzido por Jeremy Parez, da cidade de Flagstaff, no Arizona, mostra um pouco do vapor de água gelado (azul pálido) que alimentou a reação.

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Antes raros, as fendas ou buracos ionosféricos são cada vez mais comuns, com o aumento da frequência dos lançamentos espaciais – embora isso nem sempre aconteça. Essa reação é iniciada quando um foguete queima a camada F da ionosfera, mas muitos veículos já desligaram seus motores antes disso. 

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Buracos na ionosfera representam perigo?

Ionosfera é a camada da atmosfera terrestre situada entre aproximadamente 60 km e mil km acima da superfície da Terra. Nessa região, a radiação solar ioniza átomos e moléculas da atmosfera, criando íons e elétrons livres.

Essa camada é essencial para a comunicação de rádio de longa distância, pois reflete e refrata ondas, permitindo a comunicação global e o uso de tecnologias como rádio, TV e GPS. Além disso, a ionosfera pode afetar as comunicações espaciais e é objeto de pesquisas científicas contínuas.

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Buracos na ionosfera podem causar ruídos e interrupções momentâneas nesses sinais, o que pode ser problemático, mas são efeitos de curta duração – a re-ionização ocorre assim que o Sol nasce novamente.

Normalmente, a densidade da ionização varia ao longo do dia e das estações do ano devido à mudança na radiação solar. A interação da ionosfera com o vento solar causa as auroras boreais e austrais, fenômenos de luz colorida nos polos norte e sul da Terra, respectivamente.

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