Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a Estação Espacial Internacional (ISS) vai permanecer ativa até 2030, quando será aposentada e deixará a órbita da Terra, mergulhando em uma reentrada ardente na atmosfera do planeta. Até lá, a NASA vai dedicar esforços para uma substituição eficaz da estrutura por laboratórios privados.

Para quem tem pressa:

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  • A Estação Espacial Internacional (ISS) vai funcionar por mais sete anos;
  • A estrutura deixará a órbita baixa da Terra em um mergulho ardente na atmosfera em 2030;
  • Com a inativação da ISS, serão utilizadas estações espaciais privadas;
  • A NASA traçou um plano estratégico para que não haja uma lacuna entre a aposentadoria da ISS e a ativação de laboratórios comerciais;
  • Enquanto alguns parceiros da agência se comprometeram a permanecer no projeto ISS até o fim, a Rússia já anunciou sua saída em 2028, dois anos antes do desligamento do laboratório orbital.
Planta da Estação Espacial Internacional
Mais de uma década e 40 voos foram necessários para montar a ISS no espaço. Crédito: Daniel Molybdenum/NASA

“A razão pela qual isso é tão importante é porque acreditamos que o impacto de uma lacuna será disruptivo”, disse a diretora da ISS na Diretoria de Missões de Operações Espaciais da NASA, Robyn Gatens, durante um painel de discussão na Conferência Internacional de Pesquisa e Desenvolvimento da Estação Espacial no início deste mês.

Essa lacuna (tempo entre a aposentadoria da ISS e a ativação de estações privadas) poderia impactar negativamente cientistas que buscam enviar experimentos de pesquisa para o espaço, bem como tripulantes e provedores de transporte de carga. 

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Segundo Gatens, considerando o período de transição de dois anos esperado pela agência, um sucessor comercial deve estar operando até 2028 para evitar tais complicações.

Casa Branca traça estratégia para substituição eficaz da ISS

Para planejar uma mudança tranquila de pesquisa e operações para estações espaciais privadas até 2030, o Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca divulgou uma estratégia em março deste ano que traça um plano de ação. O objetivo principal é que os EUA “liderem um mercado emergente administrado por empresas comerciais e privadas”, permitindo que a NASA mantenha uma “presença americana ininterrupta” na órbita baixa da Terra (LEO).

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“A razão pela qual nós, no nível da Casa Branca, lançamos uma política sobre esse tema este ano é nos prepararmos com sete anos de antecedência, para que não tenhamos que nos planejar para um cenário em que haja uma lacuna”, disse Ezinne Uzo-Okoro, diretora assistente de política espacial do Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca.

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A Orbital Reef, da Blue Origin, é um dos projetos de estação espacial privada em andamento. Créditos: Sierra Space/Blue Origin

Realizar uma transição tão perfeita não será, no entanto, isenta de desafios. “Os especialistas precisarão se preocupar, por exemplo, com custos técnicos e riscos de programação em termos de projeto e desenvolvimento das plataformas”, disse John Mulholland, gerente do programa da Boeing para o programa da ISS, na mesma conferência.

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Mulholland também ressaltou a necessidade de aumentar o orçamento para o Veículo de Desórbita dos Estados Unidos (USDV), uma espaçonave que deve atracar na ISS antes de realizar uma sequência segura de desórbita e reentrada na Terra. Espera-se que a NASA adjudique o contrato para o projeto e produção deste veículo em março do ano que vem.

Os novos fundos também provavelmente serão usados para uma atualização que aprimore significativamente a capacidade científica de um instrumento de física na ISS que caça matéria escura, raios cósmicos e galáxias de antimatéria. O detector, conhecido como Espectrômetro Magnético Alfa (AMS), foi instalado como um módulo externo no laboratório orbital em 2011. “Espera-se que sua atualização leve um voo de carga inteiro, o que merece um aumento no orçamento à frente”, disse Mulholland.

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Ilustração artística da estação espacial que a empresa Axiom Space planeja instalar na órbita da Terra. Crédito: Axiom Space

NASA vai operar laboratório de suporte para as plataformas comerciais

Angela Hart, gerente do programa “Destinos Comerciais em Órbita Baixa da Terra” da NASA, disse que a agência espacial passará sua experiência em tecnologia para provedores privados de estações espaciais, mas que essa responsabilidade e envolvimento vão diminuir à medida que estes últimos encontrarem uma base mais segura. 

Depois que a ISS se aposentar em 2030, a NASA provavelmente vai operar um laboratório nacional que deve suportar várias plataformas comerciais. Embora os detalhes sejam poucos, espera-se que o LEO National Lab represente todas as pesquisas patrocinadas pelo governo a serem realizadas em uma combinação de estações espaciais privadas disponíveis.

“Um princípio realmente importante que estamos analisando é que essa estrutura precisa apoiar, mas não competir com plataformas comerciais e provedores de serviços”, explicou Gatens.

Conforme destaca o site Space.com, atualmente, parceiros da ISS, como Japão, Canadá e a Agência Espacial Europeia (ESA), se comprometeram a se manter no projeto até sua aposentadoria. A Rússia, por sua vez, confirmou seu apoio apenas até 2028, ano após o qual se concentrará na construção de sua própria estação espacial orbital, cujo primeiro módulo deve ser lançado em 2027.

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