“Danos irreversíveis”: dupla é presa após abrir buraco na Grande Muralha da China

Os dois homens teriam usado escavadeiras para criar um atalho passando pela Grande Muralha da China, que é Patrimônio Mundial da Humanidade
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 06/09/2023 11h15
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Imagem: Steve Heap/Shutterstock
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A polícia chinesa prendeu duas pessoas que abriram um buraco na estrutura da Grande Muralha da China. A dupla vai responder por destruição de uma relíquia cultura do país. Eles foram localizados após uma denúncia sobre os danos provocados no dia 24 de agosto.

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“Danos irreversíveis”

  • As autoridades chinesas identificaram os responsáveis pela depredação após seguir uma trilha do muro que leva ao condado vizinho de Horinger.
  • Os danos foram provocados em uma parte da estrutura que fica perto de Youyu, na província central de Shanxi, segundo informações da IFLScience.
  • Os dois homens teriam uado escavadeiras para criar um atalho passando pela construção, que é Patrimônio Mundial da Humanidade e é tombado pela Unesco.
  • Eles admitiram o crime.
  • A polícia divulgou uma fotografia do pedaço destruído da Grande Muralha e afirmou que os danos são irreversíveis.
Maquinários de construção foram usados para abrir uma brecha na estrutura (Imagem: reprodução/Governo Popular do Condado de Youyu)

História da Grande Muralha da China

A Grande Muralha da China tem mais de 21 mil quilômetros de extensão, começando na província de Gansu e terminando no Golfo de Bohai. Ela atravessa vales e montanhas ao longo de 11 províncias do país e das regiões autônomas da Mongólia Interior e da Nacionalidade Hui de Ningxia.

Os pontos mais altos têm 8 metros de altura e 4 metros de largura. A estrutura é considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno e recebe mais de 4 milhões de turistas por ano.

A grande fortaleza foi construída para consolidar o império de Qin Shihuang. A ideia era construir uma muralha para defender os territórios, que anteriormente tinham muralhas individuais e muito menores, de invasores.

Símbolo da unidade chinesa, a construção foi feita ao longo de quatro dinastias: Zhou (1046 a 256 a.C.), Qin (221 a 207 a.C.), Han (206 a.C. até 220 d.C.) e Ming (1368 a 1644). Cerca de 300 mil dos mais de um milhão de trabalhadores que participaram dos esforços para a construção morreram em decorrência das condições de trabalho.

Na dinastia Han, o imperador Liu Bang utilizou a construção não só como proteção militar, mas também para regular o comércio da seda. A muralha liga quase mil fortes e conta com espaços onde são colocadas bocas de canhão.

Deterioração da estrutura

Ao longo do tempo, a construção foi reparada diversas vezes, mas a deterioração da estrutura causa grande preocupação. Um dos fatores é a depredação e o roubo de tijolos da estrutura.

Segundo estudiosos, cerca de 14 mil quilômetros da muralha podem estar em risco. Estimativas apontam que 30% da estrutura original da Grande Muralha da China já desapareceu.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.