Os moradores e funcionários da cidade de São Francisco estão cada vez mais insatisfeitos com os carros autônomos que dominam as ruas. Esses veículos têm enfrentado problemas como ficar presos em concreto molhado e colidir com um caminhão de bombeiros.

Em resposta a esses incidentes, o Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia (DMV) ordenou que a Cruise, uma empresa de carros autônomos de propriedade da General Motors, reduzisse sua frota na cidade em 50%. Agora, o CEO da Cruise comenta como os autônomos em São Francisco são injustiçados e que críticas são “sensacionalistas”.

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Em uma entrevista ao The Washington Post, Kyle Vogt, CEO da Cruise, atribuiu grande parte das críticas a um viés contra robôs. “Tudo o que fazemos diferente dos humanos é sensacionalizado”, disse ele. Apesar dos contratempos, Vogt defende que os carros sem motoristas são, em geral, seguros e afirma que “ninguém jamais se feriu gravemente” em suas operações em São Francisco.

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Os carros autônomos tornaram-se uma visão comum na cidade, que serve como um dos maiores campos de teste para essa tecnologia. Contudo, a indústria tem enfrentado desafios. Em 2018, por exemplo, um veículo autônomo operado pela Uber atropelou e matou um pedestre em Tempe, Arizona. Além disso, em São Francisco, já foram documentados diversos incidentes com carros autônomos que atrapalharam equipes de emergência.

Mesmo com protestos dos líderes da cidade, a Comissão de Serviços Públicos da Califórnia aprovou licenças para a Cruise e outra empresa, Waymo, oferecerem serviços de transporte remunerado 24/7. Os oficiais da cidade rapidamente contestaram a decisão, argumentando que haveria um risco sério para a cidade.

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Robôtáxi da Cruise andando na rua
(Imagem: Divulgação/Cruise)

Enquanto o DMV continua sua investigação, a Cruise só pode operar até 50 veículos durante o dia e 150 à noite. Entre os incidentes mais notáveis, um carro da Cruise foi atingido por um caminhão de bombeiros enquanto atravessava um sinal verde.

Táxis autônomos são criticados “injustamente”

Vogt argumenta que os carros autônomos são injustamente escrutinados por problemas que seriam considerados “corriqueiros” se cometidos por motoristas humanos. Ele afirma que atualizações de software são feitas regularmente, visando melhorias na tecnologia.

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Apesar das críticas, Vogt vê um futuro onde os carros autônomos serão o principal meio de transporte em São Francisco, acreditando que levarão a estradas mais seguras. No entanto, ele também reconhece as pressões financeiras, já que a Cruise registrou uma perda de $1,2 bilhão no primeiro semestre de 2023.

Concluindo, enquanto a Cruise espera o resultado da investigação do DMV, Vogt destaca que a empresa continua focada em aprimorar sua tecnologia e expandir seus serviços. Ele reconhece, contudo, que “a perfeição, quando se trata de dirigir, não existe”.

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