(Imagem: BongkarnGraphic/Shutterstock)
O Google enfrenta um julgamento antitruste, considerado histórico, que começou nos EUA nesta terça-feira (12). A Justiça de lá vai decidir se a big tech deve o sucesso do seu buscador à sua qualidade ou a práticas ilegais.
Neste primeiro dia do julgamento, os promotores alegaram que o Google sufocou a concorrência por anos, conforme publicado pela CNN. Eles acusaram a empresa de gastar bilhões para operar um monopólio ilegal que prejudicou todos os usuários de computadores e dispositivos móveis nos Estados Unidos.
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Está previsto que testemunhas, incluindo o CEO do Google, Sundar Pichai, deponham durante o julgamento, que se estenderá por várias semanas.
Em declarações iniciais perante um juiz federal em Washington, advogados do Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) alegaram que as negociações do Google de contratos exclusivos com operadoras e fabricantes de celulares ajudaram a consolidar sua posição dominante em violação das leis antitruste dos EUA.
As supostas consequências do comportamento do Google têm alcance significativo, de acordo com o advogado do DOJ, Kenneth Dintzer. Ele enfatizou:
Este caso trata do futuro da internet e se o mecanismo de busca do Google enfrentará alguma concorrência significativa.
O Departamento de Justiça alegou ainda que os contratos do Google garantindo que aplicativos e serviços do Google, incluindo a busca, sejam pré-instalados em aparelhos Android são anticompetitivos.
Esses acordos facilitariam um fluxo constante de dados do usuário para o Google, reforçando ainda mais seu monopólio e levando a consequências como preocupações com a privacidade e custos publicitários inflacionados, segundo o DOJ.
Em sua declaração inicial, o advogado do Google, John Schmidtlein, destacou a escolha do Google como mecanismo de busca padrão no navegador Safari, da Apple, argumentando que isso destaca a preferência dos consumidores pelo mecanismo de busca do Google devido à sua qualidade.
O Google sustenta que os consumidores optam pelo seu mecanismo de busca com base na sua qualidade, e não devido a táticas anticompetitivas. No entanto, os promotores do DOJ sinalizaram a intenção de apresentar evidências indicando que o Google estava ciente da ilegalidade de suas ações e tomou medidas para ocultar e destruir documentos para evitar as leis antitruste.
A ação contra a empresa da Alphabet foi apresentada pela primeira vez em 2020. Ela acusa o Google de abusar ilegalmente do seu poder de mercado como mecanismo de busca.
Esse julgamento é o mais importante sobre práticas de monopólio digital desde o caso antitruste aberto contra a Microsoft em 1998. Na época, o Tribunal acusou a empresa de exigir que seus computadores já viessem com o navegador Internet Explorer. O juiz derrubou essa restrição, o que abriu espaço para navegadores concorrentes – por exemplo: o Google Chrome.
O Olhar Digital publicou uma reportagem na qual explica o que está em jogo para a big tech neste julgamento. O texto esmiuça o foco do caso, o que muda se o Google for considerado culpado e contextualiza a disputa.
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Esta post foi modificado pela última vez em 12 de setembro de 2023 21:37