Em dezembro de 2022, um vazamento no sistema de refrigeração da cápsula Soyuz MS-22, então acoplada à Estação Espacial Internacional (ISS), causou um enorme transtorno para os membros da missão, dois cosmonautas russos e um astronauta dos EUA. O trio, que estava programado para retornar à Terra em março deste ano – seis meses após a chegada ao laboratório orbital – precisou prolongar sua estadia por, pelo menos, o dobro do tempo previsto.

Com isso, o astronauta Frank Rubio, da NASA, bateu o recorde norte-americano de maior tempo em órbita, que até a segunda-feira (11) pertencia a Mark Vande Hei. Isso significa que ele já ultrapassou a marca de 355 dias seguidos no espaço – além de estar a caminho de se tornar o sétimo ser humano da história a passar mais de um ano fora da Terra (sendo o primeiro de origem americana).

publicidade
Da direita para a esquerda: Frank Rubio, astronauta da NASA, e seus companheiros russos da missão Soyuz MS-22 Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin. Crédito: Roscosmos

Assim como Rubio, Vande Hei também não sabia que passaria quase um ano no espaço quando se lançou à estação espacial. Em vez de uma espaçonave danificada, no entanto, sua estadia prolongada se deveu a dois fatores: a visita de uma equipe de filmagem russa à estrutura e também para evitar um cronograma de rotação da tripulação que poderia deixar o complexo orbital sem um americano a bordo.

Mas, por que Rubio e seus companheiros Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin, da Roscosmos, não conseguiram ainda voltar para casa, permanecendo “presos” na ISS? 

publicidade

Vamos relembrar o caso:

  • Em 14 de dezembro do ano passado, um intenso vazamento de líquido de refrigeração foi identificado na cápsula Soyuz MS-22;
  • Investigações iniciais apontam que a causa teria sido o impacto de um meteoroide;
  • A nave estava ancorada na ISS desde setembro, quando chegou com o norte-americano Frank Rubio e os russos Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin;
  • Por causa do incidente, uma nova cápsula Soyuz foi lançada como cargueiro de suprimentos em 23 de fevereiro para buscar os três;
  • No entanto, de modo a evitar que a estação ficasse sem pessoal, a nave Soyuz MS-23 só deve trazê-los para casa agora em setembro;
  • Dessa forma, a missão original de seis meses dessa tripulação foi prorrogada para mais de um ano;
  • A cápsula danificada, por sua vez, voltou para a Terra no fim de março para ser investigada.

É uma honra ser uma das sete pessoas a passar um ano no espaço

Frank Rubio, astronauta da NASA e membro da Expedição 69 da Estação Espacial Internacional

Leia mais:

publicidade

Quem é o astronauta recordista mundial de tempo no espaço

Em entrevista recente ao Good Morning America, da emissora ABC, Rubio disse que, com certeza, esse recorde logo será quebrado novamente. “Acho que a longa duração é realmente significativa, no sentido de que nos ensina que o corpo humano pode suportar, pode se adaptar e – à medida que nos preparamos para voltar para a Lua e, a partir daí, para Marte e mais adiante para o Sistema Solar – acho que é realmente importante que aprendamos como o corpo humano pode se adaptar. e como podemos otimizar esse processo para que possamos melhorar nosso desempenho à medida que exploramos cada vez mais longe da Terra”.

Ele e os dois companheiros de missão foram lançados ao laboratório orbital em 21 de setembro de 2022 – o que vai completar um ano na próxima quinta-feira.

publicidade

Os tripulantes russos da Soyuz MS-23, Prokopyev e Petelin, são o quinto e sexto representantes do país, respectivamente, a passar um ano no espaço e os dois primeiros a fazer isso na ISS. Os cosmonautas da era soviética Sergey Avdeev, Musa Manarov, Vladimir Titov e Valeri Polyakov registraram mais de 365 dias cada um na antiga estação espacial Mir. 

Falecido no ano passado, Polyakov ainda é o detentor mundial da maior permanência contínua no espaço, passando 437 dias em órbita.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!