A NASA liberou novo vídeo que mostra uma das mais incríveis estrelas já vistas por humanos. Trata-se da Eta Carinae, observada há 21 anos pelo Observatório de raios-x Chandra.

Classificação das estrelas mais brilhantes

No século XIX, por 18 anos, a tabela criada por astrônomos que classifica as estrelas mais brilhantes precisou ser modificada quando a então fraca Eta Carinae começou a brilhar cada vez mais forte, ficando atrás apenas da Sirius.

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Algo similar só havia acontecido desde a supernova de Kepler, em 1604. Além disso, a Eta Carinae brilhou por mais tempo. Normalmente, os astrônomos não conseguem entender o que houve com a estrela, pois ela está envolta em poeira. Só que, agora, instrumentos que operam em outras partes do espectro, como os raios-x, podem ser mais bem-sucedidos.

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Dificuldade de visualização da estrela

  • Além da poeira, a localização da estrela (no extremo-sul) também atrapalhava até mesmo aos maiores e melhores telescópios;
  • A coisa melhorou nas últimas décadas, com a construção de instrumentos de ponta no alto dos Andes e com os telescópios espaciais.

A Eta Carinae, na verdade, é formada por duas estrelas gigantes, sendo que a menor possui massa de cerca de 30 a 80 vezes a do Sol, enquanto a maior deve ter cerca de 90 a 100 massas solares.

Sendo assim, ela é uma das mais massivas estrelas de nossa região da galáxia; contudo, há 200 anos erá ainda mais enorme. A “Grande Erupção” causou o brilho extra (gerando entre dez e 45 vezes a massa do Sol). Isso explica a necessidade de se usar instrumentos, como o Chandra, para vermos seu interior.

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Confira, abaixo, o vídeo da Eta Carinae:

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Apesar de o Chandra não ter resolução suficiente para visualizar as duas estrelas de forma separada, seu anel distorcido de emissões de raios-x consegue detectá-las, e deu informações preciosas aos astrônomos sobre seu comportamento.

As observações revelaram que o material que a Grande Erupção liberou vem se expandido na exorbitante velocidade de 7 milhões km/h; dessa forma, ele iria do Sol à Terra em menos de um dia.

Nebulosa do Homúnculo

A nuvem que envolve essa grande estrela se chama Nebulosa do Homúnculo. Ela se formou com o material lançado pela Grande Erupção e por eventos anteriores.

Com os primeiros equipamentos de raios-x, revelou-se anel brilhante de fontes dentro dele. Contudo, segundo o IFL Science, os equipamentos mais recentes mostram camada secundária de produção de raios-x três vezes maior.

Imagem: NASA/SAO/GSFC/M. Corcoran et al.

Interpretamos esta fraca camada de raios-x como a onda de choque da Grande Erupção na década de 1840. Ele conta uma parte importante da história da Eta Carinae que, de outra forma, não teríamos conhecido.

Dr. Michael Corcoran, da NASA, em comunicado

Corcoran e seus colegas concluíram que a concha e o homúnculo são de mesma origem, pois ambos são similares. A teoria é que a Grande Erupção ocorreu antes de outro grande evento, ocorrido entre 800 e 220 anos atrás.

O gás liberado pelo evento mais recente, que possui baixa densidade, está se movendo bem rápido para nossos padrões, contudo, o material advindo da Grande Erupção, que é suficientemente lento, se aproxima. Isso cria onda de choque que ultrapassa os milhões de graus e libera os raios-x captados pela Chandra.

O material visível no Homúnculo fica para trás, pois se move a um terço da velocidade do material da Grande Erupção.

A forma desta fraca camada de raios-x é uma reviravolta na minha mente. Isso nos mostra que a concha fraca, o Homúnculo e o anel interno brilhante provavelmente vêm de erupções do sistema estelar.

Dr. Kenji Hamaguchi, da Universidade de Maryland (EUA)

No futuro, a Eta Carinae vai virar uma hipernova, tendo brilho mais forte e próximo ao da Lua cheia do que as estrelas mais brilhantes, mas os cientistas seguem sem saber quando isso vai acontecer.

O estudo foi publicado no The Astrophysical Journal.

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