O Japão começou a segunda fase de liberação da água tratada da Central Nuclear de Fukushima no oceano, informou a operadora Tepco.

  • A primeira fase de liberação da água no Oceano Pacífico foi concluída em setembro;
  • Segundo as autoridades do país, a operação levou 17 dias, liberando 7.800 toneladas das 1,34 milhão de toneladas armazenadas na usina nuclear;
  • Na segunda fase, a quantidade de água despejada também será de 7,8 mil toneladas.
  • De acordo com o porta-voz do governo Hirokazu Matsuno, a primeira fase do despejo aconteceu “de acordo com os planos e de forma segura”, conforme relatou a RFI.

A Tepco, operadora da usina nuclear de Fukushima, explicou que a água foi filtrada para eliminar os elementos radioativos, exceto o trítio — que tem uma concentração considerada segura, não ultrapassando a 1.500 bequerels por litro (Bq/l), informou a AFP.

publicidade

Leia mais:

Como foi o caso no primeiro despejo, continuaremos a vigiar os níveis de trítio. Continuaremos a informar o público de maneira clara e compreensível, nos baseando em provas científicas.

Representante da Tepco.

O governo japonês insiste no discurso de que a água não representa riscos para a saúde, enquanto a China critica a medida. Desde agosto, o país proibiu a importação de produtos marinhos do Japão e, anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores chinês declarou que o Japão estava tratando o Oceano Pacífico como seu próprio esgoto.

publicidade

Em julho, a autoridade internacional de segurança nuclear da ONU aprovou a liberação da água radioativa no oceano. De acordo com Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que entregou o relatório favorável aos planos do Japão, as descargas “teriam um impacto insignificante no meio ambiente”.

Relembre a tragédia nuclear em Fukushima

  • Em 11 de março de 2011, um terremoto de 9 graus na escala Richter resultou na formação de um enorme tsunami que inundou os geradores de emergência da usina nuclear de Fukushima;
  • A grande quantidade de água que invadiu o local superaqueceu os reatores nucleares da instalação, causando uma contaminação radioativa em larga escala;
  • Partículas radioativas contaminaram mais de mil quilômetros quadrados na região;
  • Cerca de 18 mil pessoas morreram em decorrência do tsunami e mais de 160 mil precisaram se deslocar da região.