O ano de 2023 pode ficar marcado como o mais quente já registrado, alertou esta semana o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia. Para efeito de comparação, de janeiro a setembro, a média de temperatura global já está 1,4°C mais alta que nos anos 1850 a 1900 (período pré-industrial), acrescenta a entidade.

O último mês acompanhou essa tendência e foi o setembro mais quente já registrado globalmente.

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O setembro mais quente

  • O mês passado foi o setembro mais quente já registrado pelos dados ERA5 (que vão de 1940 a 2023)
  • A temperatura ficou 0,93°C acima da média se comparado ao período de 1991 a 2020 e praticamente 1,75°C mais quenta que a média de 1850 a 1900 (período pré-industrial).
  • Segundo os termos do Acordo de Paris, de 2015, o teto de aquecimento deveria ficar abaixo disso (na faixa de 1,5°C) para evitar consequências catastróficas.
  • “Este mês extremo colocou 2023 a caminho de ser o ano mais quente”, comentou Samantha Burgess, diretora-adjunta do Copernicus, em comunicado.

A mudança climática não é algo que acontecerá daqui a dez anos. A mudança climática está aqui

Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus
Calor extremo
Imagem: Marc Bruxelle/Shutterstock

Os efeitos também foram sentidos por aqui. A cidade de São Paulo foi uma das capitais que também registrou o setembro mais quente da história, com temperatura até 5°C acima da média para o mês, segundo registros do Inmet que começaram em 1943.

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Coincidentemente, o dia mais quente do ano na capital paulista foi no dia 24 de setembro, com 36,5°C nos termômetros.

Culpa do El Niño?

Os pesquisadores dizem que a combinação do El Niño, fenômeno que aquece as águas no Pacífico oriental e central, com as mudanças climáticas são fatores que contribuem para os novos recordes de temperatura.

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A temperatura média da superfície do mar (exceto zonas polares) também foi a mais alta já vista em setembro, revela o relatório do Copernicus: 20,92°C — a segunda mais alta de todas, atrás apenas de agosto de 2023, o que também gera fenômenos naturais mais extremos.

Comparativo com anos anteriores

  • O ano passado não superou marcas históricas, mas foi 1,2°C mais quente que no período pré-industrial. 
  • Até agora, o recorde era de 2016 e 2020, que registraram em média temperaturas 1,25°C mais altas que no pré-industrial.