Os pedágios sem cancela, também conhecidos como “free-flow” começaram a funcionar no Brasil em março deste ano. A tecnologia, apesar de estar presente em outros países, foi especialmente desafiadora para a implementação no Brasil, de acordo com Cristiane Gomes, CTO da CCR, empresa responsável pela administração das rodovias onde a tecnologia foi implementada. 

“Entrou em operação agora em março a primeira solução de free flow para pedágio no Brasil. Isso existe no mundo há anos, mas no Brasil tem as suas especificidades que outros lugares do mundo não têm”, disse Cristiane ao Olhar Digital durante o BMC Connect São Paulo na última quarta-feira. 

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Entre as especificidades mencionadas por Cristiane está o sistema de cobranças no Brasil. “A cobrança de pedágio aqui no Brasil é por eixo, em qualquer lugar do mundo pedágio a cobrança é carro grande e carro pequeno, aqui não, então tudo isso torna essa tecnologia ainda mais desafiadora”, afirmou a chefe de tecnologia da empresa.

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“A gente pensa em estradas como pavimento, obra, e é também, mas hoje tem muita tecnologia. Você para seu carro na estrada uma câmera já identifica que você precisa de ajuda. Tudo isso é tecnologia. Por trás de todo esse serviço, é tecnologia, principalmente para garantir a segurança do usuário”, completou Cristiane.

Além da cobrança, outro desafio mencionado foi justamente a evasão de pagamento, motivo principal pelos pedágios terem cancelas. “A gente precisou também de uma forma de monitorar os carros que evadem o pedágio. Então tudo nessa tecnologia é disruptivo, inclusive o sistema de pagamento junto com as instituições bancárias. Você pode pagar com pix, através da tag, pelo aplicativo”, completou.

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CCR/Divulgação
Imagem: Divulgação/CCR

Pedágios sem cancela: como funciona o pagamento?

De acordo com a CCR, a forma de pagamento é parecida com algumas já existentes, como o Sem Parar, ConectCar, Veloe e Taggy. A diferença, claro, é que não há cancelas, como nos pedágios normais. Câmeras identificam os veículos por tags instaladas nos para-brisas ou pela placa.

A identificação do carro para a cobrança pode ser feita das seguintes formas: 

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  • Tag de radiofrequência: neste caso, o motorista recebe sua fatura mensalmente e precisa colocar uma tag no para-brisa. 
  • Leitura de placa: o condutor pode acessar as cobranças pelo site ou pelo aplicativo da concessionária, podendo pagar por PIX, cartão de crédito ou carteira digital.

Aqueles que passarem pelo pedágio e não pagarem o valor após 15 dias corridos vão cometer uma infração grave de trânsito, que resulta em cinco pontos na CNH do motorista e multa no valor de R$195,23.

Motoristas com tag têm 5% de desconto nas tarifas. Veículos leves têm dedução progressiva a partir da segunda passagem pelo local de cobrança, desde que seja no mesmo sentido e mês.