Nesta sexta-feira (13), a sonda Psyche, da NASA, foi lançada rumo ao Cinturão de Asteroides – uma região do Sistema Solar formada por diversos detritos rochosos localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter, a mais de 3,5 bilhões de km da Terra.
Após dois adiamentos, a espaçonave finalmente decolou da Plataforma de Lançamento 39A, a bordo de um foguete Falcon Heavy, da SpaceX, às 11h19 (pelo horário de Brasília).
Pouco menos de 2,5 minutos após o lançamento, os propulsores laterais do Falcon Heavy se desprenderam do estágio central e voltaram para pousos simultâneos nas Zonas de Pouso 1 e 2 da SpaceX – que ocorreram mais ou menos oito minutos após a decolagem.
Cerca de quatro minutos após a decolagem, o propulsor central do foguete desligou seus motores de primeiro estágio e se separou do segundo estágio, que foi encarregado de transportar a sonda Psyche o resto do caminho para a velocidade de escape orbital.
O objetivo da missão é investigar o asteroide rico em metal 16 Psyche, que os cientistas suspeitam ser o núcleo remanescente de um planetesimal (um bloco de construção de um planeta) – algo semelhante ao núcleo da Terra. Por isso, a investigação deste corpo pode trazer revelações sobre o nosso próprio mundo.
Descoberta pelo astrônomo italiano Annibale de Gasparis em 1852, a rocha espacial foi batizada em homenagem à deusa da alma na mitologia grega, e é o maior asteroide do tipo M já descoberto (como são classificados aqueles de composição parcialmente conhecida). O número que precede o nome significa que este foi o 16º asteroide descoberto na história.
NASA descreve próximos passos até chegar ao asteroide
Segundo o planejado, cerca de uma hora após o lançamento, o par de painéis solares da espaçonave será implantado, em um processo que levará 7 minutos e meio por asa. Eles então fornecerão toda a energia necessária para a viagem ao asteroide 16 Psyche, bem como a potência para operar os três instrumentos científicos:
- O magnetômetro, que procurará evidências de um antigo campo magnético no asteroide Psyche. Um campo magnético residual seria uma forte evidência de que o asteroide se formou a partir do núcleo de um corpo planetário.
- O espectrômetro de raios gama e nêutrons, que ajudará os cientistas a determinar os elementos químicos que compõem o asteroide – e entender melhor como ele se formou.
- O imageador multiespectral, que fornecerá informações sobre a composição mineral da rocha e sua topografia.
Dentro de nove meses, a sonda Psyche deve passar por Marte. Ela usará a força gravitacional do planeta como um “estilingue” em direção ao seu alvo – que deve ser alcançado em 2029.
À medida que a espaçonave se aproxima do asteroide, a equipe da missão ligará suas câmeras, revelando características da superfície deste estranho mundo pela primeira vez (e em alta definição).
Essas imagens também ajudarão os engenheiros a se orientarem enquanto se preparam para entrar na órbita da rocha. A órbita inicial da espaçonave será a 700 quilômetros acima da superfície do asteroide.
Durante esta primeira volta, a equipe de design e navegação da missão estará focada em medir o campo gravitacional de 16 Psyche – a força que manterá a sonda em órbita.
Com uma compreensão do campo gravitacional, a equipe pode fazer o equipamento navegar com segurança cada vez mais perto da superfície, para um estudo de duração estimada entre 22 e 26 meses. Durante esse período, a sonda vai coletar dados científicos durante órbitas progressivamente mais baixas.
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Imagens de teste na fase de comissionamento da sonda Psyche
De acordo com os planos da NASA, cerca de dois meses após o lançamento, enquanto a equipe realiza uma verificação inicial da espaçonave e dos instrumentos científicos, na chamada fase de comissionamento, devem começar a chegar as imagens de teste da missão Psyche – ou seja, em meados de dezembro.
Assim que os cientistas confirmarem que o imageador da sonda está funcionando conforme o esperado, os registros não processados (material bruto) serão hospedados em uma página no site da agência.
A espaçonave comporta uma demonstração de tecnologia chamada Deep Space Optical Communications (DSOC) para testar comunicações a laser de alta taxa de dados que podem ser usadas por futuras missões da NASA.