O uso da tecnologia de reconhecimento facial está se tornando cada vez mais comum na indústria de viagens, facilitando processos como check-in em aeroportos, imigração e entrada em parques temáticos. No entanto, essa conveniência levanta preocupações sobre privacidade e segurança.

O The New York Times destaca que, em aeroportos, como o Miami International, câmeras estão sendo utilizadas para comparar os rostos dos passageiros com as fotografias de passaporte que estão registradas nas companhias aéreas. Isso permite que os passageiros embarquem nos portões designados sem precisar apresentar documentos físicos.

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Essa tecnologia também está sendo implementada em outros aeroportos dos Estados Unidos, incluindo o Aeroporto Internacional Logan de Boston e o Aeroporto Internacional da Filadélfia. No Brasil, está em funcionamento nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo (SP) e Santos Dumont, no Rio de Janeiro (RJ).

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  • Além disso, a tecnologia de reconhecimento facial também está agilizando a fila de imigração para alguns passageiros nos Estados Unidos;
  • Aqueles que fazem parte do programa Global Entry da Agência de Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos podem evitar as filas nos quiosques de imigração, simplesmente tirando uma selfie no momento da chegada usando um aplicativo de celular;
  • A selfie é então comparada com o banco de dados biométricos da agência.

Operadores de navios de cruzeiro também estão apostando no reconhecimento facial para melhorar a experiência dos passageiros.

Em navios da Carnival Cruise, por exemplo, câmeras fotografam os passageiros sempre que eles entram ou saem do navio para saber quem está a bordo em caso de emergência e garantir que apenas pessoas autorizadas estejam presentes. A tecnologia também permite que os passageiros recebam fotos suas tiradas pelos fotógrafos a bordo, evitando a necessidade de procurar entre centenas de fotos.

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Além de aeroportos e cruzeiros, parques também entram na onda

Parques temáticos também estão adotando o sistema de reconhecimento facial. Em Yas Island, em Abu Dhabi (Emirados Árabes), os visitantes podem utilizar essa tecnologia para entrar nas atrações e comprar alimentos e souvenirs.

Os hóspedes que aderem ao programa tiram uma selfie usando um aplicativo, que associa suas fotos aos ingressos. Ao chegarem ao parque, os torniquetes se abrem automaticamente assim que uma câmera os identifica. Além disso, os hóspedes podem pagar por produtos e alimentos apenas olhando para uma câmera, caso tenham fornecido informações do cartão de crédito previamente.

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No entanto…

No entanto, especialistas levantam preocupações sobre os riscos à privacidade e à segurança dos viajantes. O roubo ou uso indevido de dados biométricos pode representar problemas significativos, uma vez que essas informações não podem ser facilmente alteradas.

Além disso, existe a possibilidade de que empresas de gestão de dados de reconhecimento facial possam sofrer ataques de hackers ou compartilhar esses dados com entidades governamentais para fins de vigilância. Também há questões sobre a precisão dessa tecnologia, que pode apresentar resultados menos precisos para certos grupos demográficos.

Apesar das preocupações, empresas estão tomando medidas para abordar as questões de privacidade. Por exemplo, uma empresa italiana de software de reconhecimento facial, a GetPica, permite que os hóspedes de resorts, como o Club Med, tenham acesso a fotos personalizadas tiradas por fotógrafos.

Os hóspedes podem escolher se desejam se identificar nas fotos ou se preferem ter seus rostos ocultados por inteligência artificial (IA). A proteção da privacidade é considerada uma das principais prioridades desse sistema.

Embora o uso do reconhecimento facial ofereça aos viajantes filas mais curtas e menos documentos para lidar, essa conveniência pode ter um custo. A aceitação de cada vez mais tecnologia de vigilância pode levar a um rastreamento constante de nossa localização e de nossas interações, levantando questões sobre privacidade e liberdades individuais.

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