Pedra milenar descoberta na França pode ser mapa 3D mais antigo da Europa

Investigações revelaram que mapa de uma região da França feito em pedra há quatro mil anos tem 80% de precisão
Por Flavia Correia, editado por Bruno Capozzi 17/10/2023 18h33, atualizada em 17/10/2023 18h38
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Laje de Saint-Bélec, que pode ser o mapa 3D mais antigo da Europa. Crédito: Ministério da Cultura da França
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Uma equipe de arqueólogos no norte da França tem se dedicado há quase uma década a decifrar os enigmas de um antigo objeto da Idade do Bronze conhecido como laje de Saint-Bélec. Esta pedra misteriosa, encontrada no país em 2014 após mais de um século desaparecida, pode ser o mapa 3D mais antigo da Europa.

O artefato apresenta gravuras entalhadas que se acredita representarem o vale do rio Odet,  que nasce em Saint-Goazec (nas Montagnes Noires, da Bretanha) e deságua no oceano Atlântico, em Bénodet.

Segundo revelado pelos pesquisadores nesta terça-feira (17), com uma precisão de cerca de 80%, a laje – descoberta pela primeira vez em 1900 – oferece pistas fascinantes sobre a civilização pré-histórica local.

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“Mapa do tesouro” arqueológico na França 

Yvan Pailler, professor da Universidade da Bretanha Ocidental, autor principal do artigo descrito em 2021 na Bulletin de la Société Préhistorique Française, diz que decifrar as marcas cartográficas do objeto pode ajudar a localizar outros sítios arqueológicos e monumentos da época.

Ou seja, este pode ser um verdadeiro “mapa do tesouro”. Para Pailler, a utilização desse instrumento como guia para novas descobertas arqueológicas desafia as técnicas contemporâneas mais sofisticadas ao oferecer uma perspectiva alternativa sobre a localização de sítios históricos. 

Os especialistas planejam realizar extensos levantamentos nas áreas identificadas na laje, cruzando dados para revelar mais segredos enterrados. Além disso, fragmentos adicionais da pedra encontrados nas proximidades do local original estão fornecendo pistas sobre o seu uso passado.

Espera-se que esse achado tão intrigante possa lançar luz sobre uma era esquecida, reescrevendo parte da história da França antiga. Ao oferecer um vislumbre do passado, a laje de Saint-Bélec representa uma porta de entrada para uma riqueza de descobertas arqueológicas que podem transformar nossa compreensão das antigas civilizações europeias.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.