Jato de plasma solar deve passar “raspando” pela Terra

Material ejetado por filamento magnético do Sol pode provocar tempestade geomagnética fraca na Terra ao passar pelo planeta
Por Flavia Correia, editado por Bruno Capozzi 18/10/2023 16h02, atualizada em 18/10/2023 17h10
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Representação artística do Sol disparando material em direção à Terra. Créditos: Artsiom P (Sol)/NikoNomad (Terra) - Shutterstock. Edição: Olhar Digital
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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o Sol estava bem “calmo” no sábado (14), dia em que parte da Terra viu o eclipse “Anel de Fogo”. Essa tranquilidade permaneceu nos dias seguintes ao evento, com manchas solares bem pequenas e magneticamente amenas – que produziram, no máximo, erupções de classe C (grau leve).

Entenda:

  • Os campos magnéticos do Sol estão em constante atividade;
  • Quando ocorrem altas concentrações de energia magnética interna, aparecem manchas escuras no astro;
  • Essas manchas solares podem explodir em consequência da pressão interna dos campos magnéticos se emaranhando;
  • Quando isso acontece, o Sol dispara jatos de plasma (vento solar) para o espaço;
  • Esses jatos também são chamados de ejeção de massa coronal (CME);
  • Se as CMEs são lançadas em direção à Terra, podem atingir a atmosfera do planeta e reagir com a magnetosfera;
  • Isso provoca tempestades geomagnéticas;
  • A depender da potência, essas tempestades podem ocasionar desde a formação de auroras até efeitos mais graves, como interrupções em sistemas de comunicação ou mesmo derrubar satélites em órbita;
  • A atividade solar oscila em ciclos de cerca de 11 anos;
  • Próximo ao pico de cada ciclo (Máximo Solar), o Sol fica mais “furioso”;
  • Isso quer dizer que as erupções surgem em maior número e mais violentas;
  • O Máximo Solar do ciclo atual era previsto para 2025, mas pode chegar ainda este ano;
  • Isso porque a atividade solar tem se mostrado cada vez mais intensa que o previsto;
  • No entanto, desde o dia do eclipse, o Sol tem se mostrado mais tranquilo.

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Material ejetado por filamento magnético pode provocar auroras na Terra

De acordo com  o site Earthsky.org, especializado em observações astronômicas, embora a atividade solar tenha continuado baixa, com um fluxo moderado de explosões solares, o mesmo não se pode dizer dos filamentos (também chamados de proeminências solares). Eles seguiram ativos, com uma erupção considerável irrompendo na extremidade sudeste do Sol na segunda-feira (16).

A explosão desse filamento magnético, que é conectado à mancha solar AR3467, disparou um jato de plasma C.7 para o espaço. 

Imagens da erupção do filamento magnético do Sol captada pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA sob dois comprimentos de onda diferentes. Crédito: SDO/NASA e JHelioviewer

Essa CME não está direcionada para a Terra, mas, de acordo com um modelo computacional da NASA, ela deve passar “raspando” pelo planeta na noite de quinta-feira (19), podendo causar uma pequena tempestade geomagnética da classe G1 – considerada fraca em uma escala que vai de G1 a G5.

Crédito: NASA

Além da formação de auroras nas mais altas latitudes da Terra, esse tipo de tempestade geomagnética também tem potencial suficiente para causar pequenas falhas nas redes de energia e impactar algumas ferramentas via satélite, como sistemas GPS. 

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.