IA do Google DeepMind é usada para combater mudanças climáticas

Em entrevista à Wired, Sims Witherspoon, líder de ação climática do DeepMind, explicou como a IA pode enfrentar as mudanças climáticas
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 20/10/2023 07h00
Logo do Google DeepMind ao lado de uma ilustração de um processador
(Imagem: Photo For Everything/ Shutterstock)
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O DeepMind, laboratório de inteligência artificial do Google, tem usado a IA para enfrentar problemas relacionados ao aquecimento global, como explicou Sims Witherspoon, líder de ação climática do DeepMind em entrevista à Wired.

Como a IA pode ajudar a entender e enfrentar as mudanças climáticas

Uma das formas que a DeepMind usa a IA para combater problemas de alteração climática é com a mitigação dos riscos, ou seja, lidar com os danos e compreender fenômenos complexos.

A IA pode ajudar-nos a compreender as alterações climáticas e os problemas que enfrentamos relacionados com as alterações climáticas através de melhores modelos de previsão e monitorização. Um exemplo é nosso trabalho sobre previsão de precipitação — ou seja, previsão de chuva com algumas horas de antecedência — e nossos modelos foram considerados mais úteis e mais precisos do que outros métodos pelos meteorologistas do Met Office, o que é ótimo.

Sims Witherspoon, líder de ação climática do DeepMind.

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Otimizar tecnologias verdes

Além disso, Witherspoon considera que a IA pode otimizar sistemas e infraestruturas de tecnologias verdes — soluções focadas em sustentabilidade.

Um exemplo disso, segundo o profissional, é o trabalho realizado pelo DeepMind em datacenters, onde foi possível “melhorar a eficiência energética e alcançar uma economia de energia de 30%”.

Criação de novas tecnologias

Outra solução promovida pela IA é o desenvolvimento de novas tecnologias que ajudam a obter mais informações científicas:

Gosto muito do exemplo da fusão nuclear e do controle de plasma – publicamos um artigo na Nature onde usamos redes neurais para treinar um modelo de aprendizagem por reforço para aprender como controlar formas de plasma em um tokamak [um reator de fusão nuclear] do mundo real.

E isso é realmente importante porque compreender realmente a física do plasma e ser capaz de controlar essas formas e configurações é um alicerce extremamente importante para alcançar, em última análise, um fornecimento quase inesgotável de energia livre de carbono.

Sims Witherspoon, líder de ação climática do DeepMind.

Colaboração de especialistas para criação de soluções de IA

Para desenvolver soluções de IA, Witherspoon explica que o Google DeepMind trabalha com especialistas, como físicos e engenheiros elétricos, que ajudam a entender como a tecnologia pode resolver problemas causados pelas mudanças climáticas.

Isso faz duas coisas. Primeiro, garante que a compreensão do porquê estamos construindo uma solução de IA. E a segunda coisa é garantir que tudo o que estivermos construindo será usado. Não queremos apenas criar essa tecnologia legal e esperar que alguém a use.

Sims Witherspoon, líder de ação climática do DeepMind.

IA se tornará uma ferramenta essencial para mudanças climáticas 

Quando perguntado sobre o futuro da aplicação dos sistemas de IA nas mudanças climáticas, Witherspoon afirma que a tecnologia será transformadora para resolver problemas em uma escala que não seria possível caso não fosse usada:

Uma das coisas que mais me entusiasma é a versatilidade e escalabilidade da ferramenta. E dada a quantidade de problemas que precisamos resolver relacionados com as alterações climáticas, o que precisamos é de uma ferramenta altamente versátil e altamente escalável.

Sims Witherspoon, líder de ação climática do DeepMind.

Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.