Buraco aberto no Sol pode provocar intensas auroras de Halloween na Terra

Às vésperas do Halloween, extremo norte do planeta pode observar auroras incríveis provocadas pelo vento solar disparado deste buraco
Flavia Correia25/10/2023 17h16, atualizada em 26/10/2023 21h19
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Há pouco mais de dez dias, o Sol vem atravessando uma fase de calmaria, após um longo período de erupções contínuas de moderadas a fortes. Embora a tranquilidade ainda permaneça, com poucas explosões registradas (e todas de grau leve), é possível que um forte fluxo de plasma solar atinja a Terra no fim de semana, disparado de um buraco aberto no astro.

De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, o choque desse material com a magnetosfera terrestre pode desencadear exibições intensas de auroras em países de alta latitude às vésperas do Halloween (Dia das Bruxas), celebrado na terça-feira (31).

Vamos entender:

  • Os campos magnéticos do Sol estão em constante atividade;
  • Quando ocorrem altas concentrações de energia magnética interna, aparecem manchas escuras no astro;
  • Essas manchas podem explodir em consequência da pressão interna dos campos magnéticos se emaranhando;
  • Quando isso acontece, o Sol dispara jatos de plasma (vento solar) para o espaço;
  • Esses jatos também são chamados de ejeção de massa coronal (CME);
  • Se as CMEs são lançadas em direção à Terra, podem atingir a atmosfera do planeta e reagir com a magnetosfera;
  • Isso provoca tempestades geomagnéticas;
  • A depender da potência, essas tempestades podem ocasionar desde a formação de auroras até efeitos mais graves, como interrupções em sistemas de comunicação ou mesmo derrubar satélites em órbita;
  • Desde a semana do eclipse “Anel de Fogo”, a atividade solar está baixa, com a ocorrência de poucas manchas;
  • Duas fendas foram observadas nos últimos dias na coroa (camada mais externa da atmosfera solar);
  • Inicialmente posicionadas na parte nordeste da estrela, elas acabaram se abrindo ainda mais e se tornando um único buraco coronal;
  • Este buraco tem ejetado ventos solares ultrarrápidos;
  • Com a rotação do Sol e a Terra girando ao redor dele, esses jatos estão entrando em rota de colisão com o planeta;
  • A previsão é que um intenso fluxo de plasma solar atinja a nossa atmosfera até segunda-feira (30), produzindo auroras nas mais altas latitudes do globo.
Dois buracos coronais formados na região nordeste do Sol se expandiram a ponto de se tornaram apenas um. Este vão gigante no astro acabou se voltando em direção à Terra. Crédito: SDO/AIA

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Existem 5 níveis de explosão no Sol

As erupções solares são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do último.

“A classe X denota as chamas mais intensas, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força”, explica a NOAA. “Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. Explosões classificadas como X10, as mais fortes, são incomumente intensas”.

Nas últimas 24 horas, segundo a Organização EarthSky, uma plataforma norte-americana de informações sobre o céu, o Sol produziu apenas duas explosões: uma de classe C e uma de classe B. 

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.