Há pouco mais de dez dias, o Sol vem atravessando uma fase de calmaria, após um longo período de erupções contínuas de moderadas a fortes. Embora a tranquilidade ainda permaneça, com poucas explosões registradas (e todas de grau leve), é possível que um forte fluxo de plasma solar atinja a Terra no fim de semana, disparado de um buraco aberto no astro.

De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, o choque desse material com a magnetosfera terrestre pode desencadear exibições intensas de auroras em países de alta latitude às vésperas do Halloween (Dia das Bruxas), celebrado na terça-feira (31).

publicidade

Vamos entender:

  • Os campos magnéticos do Sol estão em constante atividade;
  • Quando ocorrem altas concentrações de energia magnética interna, aparecem manchas escuras no astro;
  • Essas manchas podem explodir em consequência da pressão interna dos campos magnéticos se emaranhando;
  • Quando isso acontece, o Sol dispara jatos de plasma (vento solar) para o espaço;
  • Esses jatos também são chamados de ejeção de massa coronal (CME);
  • Se as CMEs são lançadas em direção à Terra, podem atingir a atmosfera do planeta e reagir com a magnetosfera;
  • Isso provoca tempestades geomagnéticas;
  • A depender da potência, essas tempestades podem ocasionar desde a formação de auroras até efeitos mais graves, como interrupções em sistemas de comunicação ou mesmo derrubar satélites em órbita;
  • Desde a semana do eclipse “Anel de Fogo”, a atividade solar está baixa, com a ocorrência de poucas manchas;
  • Duas fendas foram observadas nos últimos dias na coroa (camada mais externa da atmosfera solar);
  • Inicialmente posicionadas na parte nordeste da estrela, elas acabaram se abrindo ainda mais e se tornando um único buraco coronal;
  • Este buraco tem ejetado ventos solares ultrarrápidos;
  • Com a rotação do Sol e a Terra girando ao redor dele, esses jatos estão entrando em rota de colisão com o planeta;
  • A previsão é que um intenso fluxo de plasma solar atinja a nossa atmosfera até segunda-feira (30), produzindo auroras nas mais altas latitudes do globo.
Dois buracos coronais formados na região nordeste do Sol se expandiram a ponto de se tornaram apenas um. Este vão gigante no astro acabou se voltando em direção à Terra. Crédito: SDO/AIA

Leia mais:

publicidade

Existem 5 níveis de explosão no Sol

As erupções solares são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do último.

“A classe X denota as chamas mais intensas, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força”, explica a NOAA. “Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. Explosões classificadas como X10, as mais fortes, são incomumente intensas”.

publicidade

Nas últimas 24 horas, segundo a Organização EarthSky, uma plataforma norte-americana de informações sobre o céu, o Sol produziu apenas duas explosões: uma de classe C e uma de classe B.