Entre o fim de outubro e o início de novembro de 2003, o Sol passou por um dos momentos de maior atividade já observados. Como o evento ocorreu próximo ao Dia das Bruxas, data tradicional nos EUA, os pesquisadores o batizaram de “Halloween Storm” (Tempestade de Halloween).

Na ocasião, uma sequência emblemática de explosões extremamente fortes gerou a maior erupção solar já registrada, definida como X45. 

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As erupções solares são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do último.

“A classe X denota as chamas mais intensas, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força”, explica a NOAA. “Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente”.

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Por aí, dá para se ter uma ideia do que pode ter significado um X45!

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Consequências da Tempestade de Halloween

Este episódio é comparável ao Evento Carrington, esta sim, a maior tempestade geomagnética da história. No caso do fenômeno de 2003, ele foi o maior potente já observado por telescópios espaciais.

Segundo relatado pela mídia na época, quando o material ejetado violentamente do Sol por essa sequência de eventos extremos atingiu a Terra, os sistemas e comunicações baseados em satélites foram afetados, as aeronaves foram aconselhadas a evitar altitudes elevadas perto das regiões polares e uma falha de energia de uma hora de duração ocorreu na Suécia.

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Auroras foram observadas em latitudes muito ao sul do polo norte, chegando ao estado americano do Texas e a países do Mediterrâneo Europeu.

A NASA informou que a sonda solar SOHO falhou temporariamente, e o satélite Advanced Composition Explorer (ACE) foi danificado. De acordo com a Folha de S. Paulo, diversas outras espaçonaves foram avariadas ou experimentaram tempo de inatividade devido a vários problemas provocados pelo evento. Alguns equipamentos foram intencionalmente colocados no modo seguro para proteger sistemas sensíveis. 

Na órbita da Terra, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) tiveram que ficar dentro das partes mais resguardadas do Segmento Orbital Russo para se protegerem contra os níveis de radiação aumentados.

Olhar Espacial conta tudo sobre o evento

Para saber mais sobre a Halloween Storm, não perca o Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (27), que também vai abordar o quanto evoluiu o nosso conhecimento sobre o Sol desde 2003, a Sonda Solar Parker e as últimas descobertas científicas em relação ao astro.

Com 20 anos de atuação em Física Solar e Clima Espacial, o prof. Paulo Simões é o convidado desta sexta-feira (27) do Programa Olhar Espacial. Crédito: Arquivo pessoal

O convidado desta noite é Paulo Simões, professor da Escola de Engenharia Mackenzie e pesquisador do Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM). Formado em Engenharia Elétrica no Mackenzie, mestre em Astrofísica e doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ele tem mais de 20 anos de atuação em Física Solar e Clima Espacial.

Como assistir ao Programa Olhar Espacial

Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros – BRAMON e coordenador nacional do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTubeFacebookInstagramTwitter (X)LinkedIn e TikTok, além do canal por assinatura Markket (611-Vivo, 56 -Sky e 692-ClaroTV).