GM fecha acordo com sindicato para fim da greve das montadoras

Ford e Stellantis já tinham se acertado com os grevistas; acordos precisam ser ratificados para que greve seja oficialmente encerrada
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 30/10/2023 15h50
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Imagem: Jon Rehg/Shutterstock
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A General Motors (GM) e o United Auto Workers (UAW), sindicato dos trabalhadores automotivos dos Estados Unidos, chegaram a um acordo provisório para encerrar a greve da categoria, que já dura seis semanas. Movimento semelhante foi realizado nos últimos dias pelos funcionários da Ford e da Stellantis.

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Aumento salarial de mais de 30%

Assim como os acordos com as outras duas montadoras, o compromisso firmado pela GM terá duração de quatro anos e oito meses e inclui aumentos salariais de 25%, além de reajuste no pagamento de outros benefícios. No total, os ganhos dos funcionários serão superiores a 30%.

O acordo foi alcançado na manhã desta segunda-feira (30) em uma reunião na sede da UAW em Detroit com a presença do presidente do sindicato, Shawn Fain. A General Motors havia chegado perto de um acerto na semana passada, mas as negociações fracassaram e o sindicato aumentou a pressão ao convocar uma greve na maior fábrica da empresa nos Estados Unidos, em Spring Hill, Tennessee, que emprega cerca de quatro mil trabalhadores.

Agora, os cerca de 18 mil trabalhadores sindicalizados da empresa que estavam de braços cruzados aguardam a ratificação do acordo para voltar ao trabalho. As informações são do El País.

Greve dos funcionários de montadoras nos EUA (Imagem: TravelEatShoot/Shutterstock)

Entenda a greve das montadoras

  • A greve dos funcionários das montadoras começou no dia 15 de setembro e se tornou a maior da história da indústria automotiva estadunidense.
  • Segundo o Automotive News, a paralisação custou mais US$ 800 milhões (R$ 3,99 bilhões, na conversão direta) aos cofres da GM.
  • Alguns analistas apontam estamos vivendo a maior transformação tecnológica desde o início da linha de montagem de Henry Ford, no início do século 20.
  • A greve ocorre no momento em que as montadoras tradicionais investem bilhões para desenvolver veículos elétricos, enquanto ainda ganham a maior parte de seu dinheiro com carros movidos a gasolina.
  • As empresas tentam defender seu lugar no mercado diante da forte concorrência da Tesla e de empresas estrangeiras, especialmente chinesas.
  • Já os grevistas exigem aumento salarial e buscam a manutenção dos empregos à medida em que os motores de combustão interna estão sendo substituídos por baterias.
  • Por terem menos peças, os carros elétricos podem ser produzidos por menos funcionários, o que cria um temor em relação à futuras demissões de empregados.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.