Dentro de alguns dias, Marte vai estar em conjunção solar, momento em que se encontra do lado oposto da Terra em relação ao Sol, que bloqueia os sinais de comunicação entre os dois mundos. 

Por essa razão, os equipamentos robóticos que exploram o Planeta Vermelho não recebem comandos durante esse período, de aproximadamente duas semanas.

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Um deles é o helicóptero Ingenuity, da NASA. Devido à proximidade da conjunção solar, o controle da missão resolveu ordenar os voos de número 65 e 66 em dias subsequentes, o que não costuma acontecer.

O 65º voo ocorreu na última quinta-feira (2). Na ocasião, o drone de 1,8 kg permaneceu no ar por 48 segundos, cobrindo 7 metros da superfície marciana no processo. Então, o helicóptero voltou a ser lançado na sexta (3), para um voo ainda mais breve: com 23 segundos de duração, se deslocando por apenas 60 centímetros, de acordo com o registro de voo da missão.

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“Esses dois voos curtos posicionaram o helicóptero para a próxima conjunção solar de Marte, quando as equipes da missão farão uma pausa no envio de comandos por cerca de duas semanas”, diz uma publicação feita nesta terça-feira (7) no perfil do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, que gerencia a missão do Ingenuity, no X.

Marte e Terra ficam em lados opostos do Sol uma vez a cada dois anos ou mais. “É impossível prever quais informações podem ser perdidas devido à interferência de partículas carregadas do Sol, e essa informação perdida pode potencialmente colocar em risco a espaçonave”, escreveram funcionários da NASA em uma comunicado sobre a conjunção solar. “Em vez disso, antes da conjunção solar, os engenheiros enviam instruções de duas semanas e esperam”.

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Segundo o site In-The-Sky.org, a conjunção solar de Marte ocorre no dia 18 de novembro. No entanto, o planeta já estará bem próximo da estrela a partir do dia 11, quando as comunicações começam a ser comprometidas. A situação se normaliza no dia 25.

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Ao longo de seus 66 voos até o momento, o Ingenuity voou um total 14,5 km e permaneceu no ar por quase 119 minutos, sem indícios de qualquer degradação das baterias ou das partes mecânicas. 

Ingenuity prova que a exploração aérea é possível em Marte

O helicóptero movido a energia solar deixa seu nome registrado nos anais de história da aviação espacial, cumprindo com louvor a missão de US$85 milhões de dólares, e ainda com saúde para trabalhar por mais tempo.

Em seu trabalho de exploração para o rover Perseverance em seus passeios mais longos e ambiciosos, ele ajuda a equipe da missão a planejar rotas e escopos de potenciais alvos científicos.

Pioneiro em determinadas tecnologias e capacidades, o Ingenuity passou por diversos desafios para mostrar que o futuro é muito favorável para a exploração aérea em Marte.

“Já iniciamos os primeiros esforços para investigar como o helicóptero Ingenuity ou plataformas semelhantes a ele agem para fazer coisas como carregar cargas científicas, como elas podem ser naves espaciais autônomas e completamente autossustentáveis que não estão ligadas a algo como um rover para cobrir distâncias maiores e acessar uma variedade de alvos científicos”, disse Jaakko Karras, vice-líder de operações do Ingenuity no JPL, em entrevista ao site Space.com.

Ele conclui com uma mensagem de esperança. “Olhando para trás daqui a cinco ou dez anos, veremos que este foi o trampolim, o precursor da exploração aérea maior e mais ousada em Marte”.