Ninguém sabe ao certo como as duas luas de Marte, Fobos e Deimos, chegaram onde estão ou do que são feitas. Mas, esse mistério pode estar próximo de ser desvendado. A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) pretende lançar uma espaçonave com destino ao Planeta Vermelho para estudar de perto esses dois satélites naturais enigmáticos e coletar amostras do maior deles.

Sobre as luas de Marte:

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  • Marte tem duas luas, que estão em órbitas equatoriais quase circulares, sendo que Fobos está lentamente se aproximando cada vez mais do planeta, e Deimos, por sua vez, está se afastando; 
  • Com um raio médio de 11,1 km, Fobos é 7,4 vezes mais massiva que Deimos e realiza três voltas por dia em torno de Marte;
  • A maior das duas luas apresenta o equivalente a 1/2000 da gravidade Terra.
Representação artística de Marte e suas duas luas, Deimos (mais acima) e Fobos. A origem dessas luas é um grande mistério, que a agência espacial do Japão quer desvendar. Crédito: DLR (CC BY-NC-ND 3.0)

A missão da JAXA recebe o nome de MMX (sigla em inglês para Exploração das Luas Marcianas) e tem por objetivo investigar os dois objetos, além de perfurar e coletar amostras da lua Fobos para trazê-las para a Terra. Para isso, o Japão conta com apoio de agências da Europa e dos EUA, que irão produzir instrumentos e hardwares científicos.

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Instrumentos da missão de exploração das luas de Marte

Ao todo, a missão conta com 11 instrumentos. Sete deles são dedicados ao sensoriamento remoto e à observação in loco das superfícies de Fobos e Deimos, dois são responsáveis pelo recolhimento de amostras e outros dois destinados a testar e desenvolver mecanismos de exploração. Alguns desses equipamentos são:

O rover alemão-francês é um dos instrumentos que farão parte da missão da JAXA a Fobos. Crédito: JAXA
  • Amostrador de núcleo C, que usará um braço robótico para coletar material do subsolo da lua Fobos;
  • Amostrador pneumático P, que utilizará gás pressurizado para retirar matéria da superfície do satélite; 
  • Um rover alemão-francês, desenvolvido pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), na França, e pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que irá identificar possíveis alvos de interesse científico para a nave-mãe;
  • Espectrômetro de raios gama e nêutrons, o MEGANE, que irá analisar a composição de Fobos;
  • P-Sampler, um equipamento desenvolvido pela NASA que será montado em uma das pernas do módulo lunar para coletar amostras cinco segundos após o pouso da espaçonave e até três segundos antes da decolagem.

No fim da missão, os pesquisadores esperam conseguir material suficiente para entender se Fobos e Deimos se formaram a partir de colisões de Marte com outros objetos, ou se, na verdade, as luas eram asteroides que foram atraídos pela força gravitacional do planeta.

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Embora a empreitada pareça ousada e ambiciosa, a JAXA já realizou outras duas missões de coleta de amostras em asteroides rochosos que foram bem sucedidas.

Se tudo ocorrer conforme o planejado, a previsão é que a MMX seja lançada em 2024 e, cerca de um ano depois, chegue à órbita marciana. Depois que terminar os serviços, o que está previsto para 2028, a espaçonave retorna com as amostras encapsuladas para Terra, pousando em 2029 em uma área reservada no interior da Austrália.