As estrelas-do-mar são animais bem estranhos, e agora as coisas ficaram ainda mais bizarras. Um novo estudo revelou que esses animais são como cabeças sem corpo que estão rastejando pelo oceano.

  • As estrelas-do-mar fazem parte dos equinodermos, animais que não tem cérebro e sangue, digerem seus alimentos externamente e regeneram partes do seu corpo, às vezes até em novos animais. 
  • Como se não bastasse, eles geralmente possuem simetria corporal quíntupla, completamente diferente dos outros animais, que geralmente possuem simetria bilateral. 
  • Além das estrelas-do-mar, animais como o ouriços-do-mar e pepinos-do-mar também fazem parte desse grupo.

Na pesquisa, publicada recentemente na revista Nature e liderada pelos biólogos Laurent Formery e Chris Lowe, da Universidade de Stanford, a equipe investigou a arquitetura corporal dos equinodermos e onde eles se encaixam no superfilo dos deuterostômios, que também inclui vertebrados, como nós humanos. 

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Investigando a arquitetura corporal das estrelas-do-mar e equinodermos

As estrelas-do-mar fazem parte do grupo dos equinodermos (Crédito: Vojce/ Shutterstock)
As estrelas-do-mar fazem parte do grupo dos equinodermos (Crédito: Vojce/ Shutterstock)

Na pesquisa, os cientistas usaram uma espécie de estrela-do-mar conhecida como estrela-morcego (Patiria miniata). A partir da técnica de hibridização in situ, sequências precisas do DNA e RNA do animal foram localizadas em uma amostra de tecido e as informações foram utilizadas para criar um mapa 3D da expressão genética da estrela, à medida que ela crescia.

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A análise revelou um gene comum entre os deuterostômios, o responsável por desenvolver os braços, desde a região intermediária até a ponta. No entanto, aqueles responsáveis pelo desenvolvimento do tronco do animal não foram encontrados. Assim, todo o corpo dos equinodermos é aproximadamente equivalente à cabeça de outros grupos de animais.

Os pesquisadores acreditam que no passado as estrelas-do-mar e os equinodermos em geral possuíam esse gene, mas que ele se perdeu durante sua longa existência na Terra. E seja lá porque eles fizeram isso, parece que funcionou, já que esses animais existem desde antes dos dinossauros, há cerca de 200 milhões de anos. 

Nossa pesquisa nos diz que o plano corporal dos equinodermos evoluiu de uma forma mais complexa do que se pensava anteriormente e que ainda há muito a aprender sobre essas criaturas intrigantes. Como alguém que os estudou nos últimos dez anos, estas descobertas mudaram radicalmente a forma como penso sobre este grupo de animais.

Jeff Thompson, biólogo evolucionista e coautor do estudo, em resposta a Science Alert