Primeiro gerador de energia térmica oceânica em escala comercial é previsto para 2025

Empresa britânica projetou um gerador de energia térmica oceânica que pode ser produzido em escala comercial ainda nesta década
Flavia Correia14/11/2023 18h52
gerador-energia-termica-oceanica
A balsa de energia limpa da Global OTEC, Dominique, colhe energia do diferencial de temperatura entre águas profundas e superficiais. Crédito: Global OTEC
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

Um marco inovador no panorama energético mundial está previsto para ser alcançado em 2025: a estreia do primeiro gerador de energia térmica oceânica (OTEC) em escala comercial. Esse avanço representa um passo significativo na exploração do vasto potencial dos oceanos como fonte de energia renovável.

Ofertas

A ideia de extrair energia do diferencial de temperatura entre a superfície quente e as profundezas oceânicas vem sendo explorada há décadas. 

Desde os primeiros experimentos, em 1881, até a construção de usinas de pequena escala em 1930, o conceito básico permaneceu o mesmo: capturar o calor da superfície e o frio das profundezas para acionar turbinas e gerar eletricidade de forma contínua.

A técnica consiste em uma balsa flutuante, ancorada nas águas profundas, abrigando um sistema de energia de circuito fechado. Este sistema utiliza um líquido refrigerante, como a amônia, que ferve com o calor da água superficial e se expande, acionando turbinas e gerando energia. Posteriormente, o líquido é resfriado pela água fria das profundezas, condensado e reciclado no processo.

No entanto, esta dinâmica oferece alguns desafios, que vão desde a eficiência na extração da energia até questões como tempestades que podem danificar as estruturas oceânicas, bioincrustação e corrosão causada pela água do mar.

Dominique: a primeira plataforma de energia térmica oceânica em escala comercial

A empresa Global OTEC, com sede em Londres, na Inglaterra, está desenvolvendo um projeto revolucionário chamado Dominique, previsto para ser comissionado em 2025 ao largo da costa de São Tomé e Príncipe. 

A intenção é fornecer 1,5 megawatts de energia de forma contínua, representando um avanço como a primeira plataforma OTEC em escala comercial.

Leia mais:

Entre os pontos negativos do projeto está o fato de que o custo da tecnologia é considerado bem alto. Além disso, a eficiência precisa ser aprimorada para competir com fontes de energia mais estabelecidas. 

Embora a Global OTEC e outros proponentes vislumbrem um futuro no qual usinas de grande escala poderiam gerar energia a preços competitivos, a jornada até lá é árdua. Projetos anteriores enfrentaram dificuldades técnicas, obstáculos financeiros e até mesmo propostas de combinação com atividades como a mineração de criptomoedas para tornar o empreendimento viável.

Conforme vemos, o potencial da tecnologia OTEC é inegável, mas o caminho para sua implementação comercial em larga escala ainda está repleto de obstáculos. Avanços tecnológicos, redução de custos e apoio financeiro serão essenciais para transformar essa visão em realidade. A jornada para integrar a energia térmica oceânica ao mix energético global é desafiadora, mas o potencial de fornecer uma fonte sustentável e contínua de energia é extraordinário.

Com informações do site New Atlas.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.