O cinema de terror abrange uma ampla variedade de subgêneros que exploram diversas maneiras de evocar medo e suspense na audiência. Apesar de não ser inerentemente associar-se ao terror em termos técnicos, o estilo “found footage” tornou-se famoso e é frequentemente vinculado ao gênero. Isso se deve às suas características, as quais proporcionam aos espectadores uma experiência única e visceral.

Você está familiarizado com o conceito de “found footage” e conhece filmes que tenham utilizado essa abordagem? Se não, confira a seguir o que essa técnica cinematográfica implica e quais são suas características distintivas.

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O que é Found footage

Na técnica toda ou parte significativa da narrativa e da forma de um filme se apresenta como se fossem registros feitos pelos próprios personagens da trama. Essas gravações são posteriormente “descobertas” e apresentadas ao público. 

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A ideia por trás desses filmes é criar a ilusão de que as imagens apresentadas na tela são reais. E muitas vezes ela se apresentam como se fossem descobertas após algum evento dramático.

Noroi (2005) / Crédito: Cathay-Keris Films (divulgação)

Found footage: origem e principais filmes

O marco significativo do estilo “found footage” remonta a “A Bruxa de Blair”, lançado em 1999. Este filme adotou estratégias de marketing que insinuavam a veracidade dos eventos retratados. Estratégia que impulsionou o impacto e o sucesso da obra, além de contribuir para a disseminação dessa técnica.

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Posteriormente, ao longo dos anos 2000, produções como “Noroi”, “Atividade Paranormal” e “Rec” adotaram essa abordagem. Essas produções elevavaram o “found footage” de uma técnica narrativa a um subgênero do terror. Isso resultou na proliferação de diversas outras obras que seguiram essa tendência.

Contudo, alguns críticos e especialistas em cinema reivindicam que o controverso longa-metragem de terror italiano “Holocausto Canibal”, de Ruggero Deodato e lançado em 1980, é o primeiro exemplo de “found footage”.

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Cannibal Holocaust (1980) / Crédito: United Artists Europa, Trans American Films (divulgação)

Found footage: características

Os filmes “found footage” são caracterizados pelo uso de filmagens que aparentam ser autênticas e amadoras, muitas vezes realizadas pelos próprios personagens da trama. Isso pode envolver o emprego de câmeras de mão, smartphones ou outros dispositivos de gravação acessíveis. 

Tanto as imagens quanto o áudio podem ser propositadamente de qualidade inferior, simulando a autenticidade de registros caseiros, com elementos como cenas tremidas, cortes abruptos e irregularidades na qualidade do áudio. 

A apresentação da filmagem pode ser feita de maneira diversas. Seja mais “crua” e integral, ou também com imagens editadas e montadas como parte de uma narrativa pelos próprios descobridores desses registros. 

Com frequência, os personagens fornecem narrações em tempo real, oferecendo comentários fora do contexto das lentes da câmera.

Paranormal Activity (2007) / Crédito: Paramount Pictures, IM Global (divulgação)

Garantia de Lucro

Por essas características, os filmes “found footage” foram muito bem-sucedidos durante seu auge, gerando lucros significativos para seus produtores.

Isso se deve, em grande parte, ao fato de que muitos dessas produções possui orçamentos relativamente baixos. A abordagem amadora na fotografia, a ausência da necessidade de sets elaborados e a economia em efeitos visuais caros ajudam a reduzir os custos de produção. 

Um exemplo notável é o filme “Atividade Paranormal”. O longa que alcançou um dos maiores retornos financeiros da história do cinema em comparação com seu modesto investimento inicial. 

Inicialmente concebido como um projeto independente com um orçamento de apenas US$ 15.000, o filme foi posteriormente adquirido pela Paramount Pictures, passando por modificações que custaram cerca de US$ 200.000. Lançado em setembro de 2009, o longa arrecadou impressionantes US$ 194 milhões em receitas globais.