Representação artística de centenas de estrelas de nêutrons no espaço. Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital
Um artigo publicado esta semana no Astrophysical Journal descreve um achado cósmico fascinante, possível graças ao Telescópio Espacial de Raios Gama Fermi, da NASA: a descoberta de aproximadamente 300 estrelas de nêutrons girando rapidamente.
Para quem tem pressa:
Esses objetos recém-descobertos emitem feixes de radiação que varrem o espaço, agindo como faróis cósmicos.
Conhecidas como pulsares de milissegundos, essas estrelas de nêutrons têm uma notável capacidade de girar centenas de vezes por segundo. Antes do lançamento do Fermi em 2008, a ciência só tinha conhecimento de menos de dez desses corpos celestes. O que os torna ainda mais especiais é sua emissão de raios gama, uma forma de radiação eletromagnética de alta energia.
Dentro desse grupo, encontramos os chamados “pulsares de aranha”, que têm a fama de devorar suas estrelas companheiras, lembrando as viúvas negras do reino animal. O astrofísico Matthew Kerr, do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA, expressou entusiasmo em um comunicado. “Esses pulsares de milissegundos de alta velocidade são agora alguns dos cronômetros mais precisos da natureza”.
Kerr explica que esses pulsares nascem quando estrelas massivas chegam ao fim de seu combustível para fusão nuclear. Esse processo leva a uma explosão de supernova, deixando para trás núcleos extremamente densos, que são as estrelas de nêutrons. Com densidade extraordinária, uma colher de sopa de material de um objeto desses pesaria bilhões de toneladas na Terra.
À medida que envelhecem, as estrelas de nêutrons diminuem, e seus campos magnéticos enfraquecem. No entanto, em sistemas binários, elas podem ser “recicladas” para pulsares de milissegundos por meio da transferência de matéria de suas estrelas companheiras.
Leia mais:
A descoberta desses objetos, particularmente os pulsares de aranha, revela um mundo fascinante de interações estelares. O Fermi se destaca na detecção desses pulsares de aranha, pois sua especialidade em raios gama permite penetrar nos destroços deixados pelas estrelas devoradas.
Esses resultados têm variadas implicações, como a possibilidade de usar os pulsares como relógios cósmicos para medir flutuações de tempo causadas por ondas gravitacionais de baixa frequência. Além disso, no futuro, os pulsares de milissegundos podem ser utilizados para navegação espacial, expandindo nossos sistemas de GPS cósmicos.
Ao aprofundar as investigações desses pulsares, os cientistas poderão obter insights cruciais sobre a formação e a estrutura de galáxias massivas, ampliando nossa compreensão do Universo.
Esta post foi modificado pela última vez em 5 de dezembro de 2023 21:10