Ancoragem de uma nave espacial Progress na ISS parecida com a que enfrentou problemas com o piloto automático no domingo (3). Crédito: Oleg Novitskiy/Roscosmos
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a Rússia fez seu último lançamento de 2023 para o espaço na sexta-feira (1º). Após uma jornada de dois dias, a cápsula Progress MS-25 (86P) enfrentou problemas na hora da ancoragem na Estação Espacial Internacional (ISS), precisando ser acoplada por controle remoto, já que o piloto automático parou de funcionar.
Vamos entender:
Os cosmonautas (designação para astronautas da Rússia) Oleg Kononenko e Nikolai Chub ficaram encarregados de rastrear a aproximação da espaçonave de dentro da ISS. Quando o problema foi detectado, Kononenko assumiu o controle da cápsula remotamente, enquanto ela estava voando ao redor da estação a um alcance de cerca de 150 metros.
Durante o sobrevoo, o veículo Progress começou a se afastar da atitude esperada e não estava alinhado com o alvo de atracação. A tripulação a bordo da estação assumiu o controle manual e recuperou a atitude esperada.
Anna Schneider, porta-voz da NASA, durante a transmissão online do evento.
Kononenko concluiu o acoplamento da espaçonave Progress 86P à ISS às 8h18. “Contato confirmado, captura confirmada”, informou o cosmonauta por rádio ao controle da missão na Roscosmos, a agência espacial russa.
Entre a carga, estavam alimentos, equipamentos, suprimentos e experimentos científicos que serão usados por tripulações de longa duração durante suas estadias de seis meses na estação.
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O módulo Progress é um “carreto” espacial para entrega de cargas à ISS. Seu design é em grande parte derivado da espaçonave Soyuz que serve para o transporte de astronautas para a ISS. A cápsula Progress tem 7,9 metros de comprimento e 2,7 metros de diâmetro e consiste em três partes: um módulo de carga pressurizado, um compartimento propulsor e um módulo de serviço traseiro (como a nave Soyuz).
Ao contrário das cápsulas de carga Dragon, da SpaceX, o cargueiro russo não foi projetado para trazer material de volta à Terra. Isso porque os três módulos no Progress não são capazes de se dividir antes da reentrada. Portanto, após a entrega da carga, a tripulação vai enchendo a nave apenas de lixo. No final de cada missão, o veículo se separa da ISS, realiza uma queima de desórbita e é totalmente incinerado ao reentrar na atmosfera da Terra.
As naves Progress têm grande importância para o laboratório orbital, além de servirem como cargueiro de suprimentos e experimentos científicos.
Isso porque, mesmo a mais de 400 km da superfície, ainda há atrito entre a ISS e a atmosfera da Terra, o que faz com que a velocidade e a altitude do laboratório em órbita sejam constantemente reduzidas. Por essa razão, são necessárias manobras periódicas para compensar essa “queda” e “reposicioná-la”, que são feitas usando os propulsores das espaçonaves Progress.
Esta post foi modificado pela última vez em 4 de dezembro de 2023 12:42