Filme "Halloween – A Noite do Terror (1978)". (Imagem: Cinusp/Reprodução)
Quando o sol se põe e a escuridão surge, o que acontece com aqueles que continuam acordados? Esse é foco da nova mostra do Cinema USP Paulo Emílio (CINUSP), intitulada “Uma Noite Não É Nada”, em cartaz até 22 de novembro.
A mostra reúne 21 longas-metragens de diferentes épocas e países que exploram histórias que se passam durante o período noturno.
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Segundo a equipe do CINUSP, a noite convida o espectador a mergulhar na escuridão e experimentar as narrativas de personagens que vivem entre o silêncio, a luz e a sombra.
Na programação, há filmes que abordam dilemas existenciais, relacionamentos amorosos, aventuras urbanas, tabus sociais e referências à própria arte cinematográfica. Confira abaixo!
Durante o longa do diretor Ebrahim Golesta, é apresentado o dilema de um casal que se confronta com a decisão de manter ou se livrar de um bebê abandonado no banco de trás do táxi do protagonista, após uma corrida noturna.
Arnaldo Jabor envolve questões do relacionamento de um casal em sua trama, que, recém-terminado, ainda evoca questões e emoções do passado dos personagens.
Essa temática reaparece em “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (1966), clássico do cinema estadunidense dirigido pelo então estreante Mike Nichols.
A comédia que explora a noite nova-iorquina foi dirigida por Martin Scorsese. No entanto, o sucesso do filme inspirou obras como “Bom Comportamento” (2017) dos irmãos Benny e Josh Safdie, que acompanha Robert Pattinson em uma Nova York turbulenta.
Outros longas apresentados na mostra referenciam a noite, inclusive nos próprios títulos.
Michelangelo Antonioni dirigiu o angustiante italiano “A Noite” (1961), Makoto Wada dirigiu o enérgico japonês “Até a Meia-Noite” (1999), e Chantal Akerman dirigiu o sentimental belga “Toda Uma Noite” (1982), trazendo a temática já em seus nomes.
Por outro lado, tabus da sociedade também são abordados na vida noturna, como evidenciado no longa, dirigido pela francesa Marie-Claude Treilhou. O filme apresenta o cotidiano de uma lanterninha de cinema pornô e suas interações com os visitantes.
Tsai Ming-Liang, cineasta taiwanês, explora o cinema em “Adeus, Dragon Inn” (2003). O filme acompanha a última sessão de um cinema decadente em Taipei, onde os personagens assistem ao clássico das artes marciais “A Estalagem do Dragão” (1967), de King Hu, remontando ao período imperial chinês.
O filme assistido pelos personagens, aliás, também será exibido.
Em meio a tantos breus cinematográficos, o CINUSP preparou um Noitão em 4K com o tema de John Carpenter, diretor de diversas obras. Sendo assim, serão exibidos cinco filmes no dia 15, sexta-feira:
Uma Noite Não É Nada segue com a exibição do filme francês “Ascensor para o Cadafalso” (1958), de Louis Malle, o estadunidense “Mikey e Nicky” (1976), de Elaine May, e “Festa” (1989), do paulistano Ugo Giorgetti.
O filme “Os Rapazes da Banda” (1970), de William Friedkin, que marcou o cinema LGBTQIA+ estadunidense, e o thriller de Michael Mann “Colateral” (2004), por fim, completam a programação da mostra.
Os protagonistas desses filmes estão diante de um mundo fora do ordinário, em que as normas diurnas se tornam difusas e coisas incomuns podem acontecer.
Equipe do CINUSP sobre os longas.
Esta post foi modificado pela última vez em 6 de dezembro de 2023 17:01