Autoridades de Israel confirmaram que alguns soldados que estão participando da guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza foram diagnosticados com uma grave doença estomacal. Chamada Shigelose, ela é provocada pela bactéria Shigella e acredita-se que esteja se espalhando em função das péssimas condições sanitárias e dos alimentos na região em meio ao conflito que já dura mais de dois meses.

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Contaminação teria ocorrido a partir da ingestão de alimentos

Vários médicos das Forças de Defesa de Israel (IDF) registraram doenças intestinais graves nas tropas que atuam em Gaza. Os soldados infectados são isolados e enviados de volta a Israel para tratamento.

Segundo as autoridades do país, a comida enviada para a região do conflito pode ter sido contaminada por bactéria nocivas. Os alimentos não teriam sido resfriados durante o transporte ou não foram totalmente reaquecidos antes do consumo.

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Quando os soldados desenvolvem diarreia, [as] más condições sanitárias inerentes ao campo de batalha levam à transmissão de pessoa para pessoa.

Tal Brosh, diretor da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Assuta Ashdod

Grupos de defesa dos direitos humanos alertam que a população palestina também deve sofrer com a doença, acentuada pela falta de condições básicas em Gaza, que vem desde antes do conflito, e pelos incessantes bombardeios israelenses na guerra em curso. As informações são do G1.

Bombardeios em Gaza pioram ainda mais condições sanitárias no local (Imagem: Anas-Mohammed/Shutterstock)

Doença é causada por uma bactéria e pode ser fatal

  • Quando entra no corpo, a bactéria Shigella causa disenteria.
  • Os sintomas são febre, diarreia com sangue ou prolongada, cólicas estomacais intensas e desidratação.
  • Pessoas com problemas de saúde ou cujo sistema imunológico está enfraquecido por doenças como o HIV podem apresentar sintomas da Shigelose por muito tempo.
  • Se não for tratada, ela pode causar doenças mais graves e até a morte.
  • O risco de morte é particularmente elevado quando a bactéria entra na corrente sanguínea.
  • Crianças, pessoas com HIV, diabetes ou câncer e as que estão subnutridas são muito vulneráveis.
  • De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a shigella se espalha “facilmente” por meio do contato direto ou indireto com as fezes de uma pessoa infectada.
  • Autoridades sanitárias estimam que existam entre 80 e 165 milhões de casos da doença todos os anos no mundo, causando 600 mil mortes.
  • Em 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que 99% das infecções por shigella foram encontradas em países de renda baixa ou média.
  • A maioria das mortes ocorre na África Subsaariana e no sul da Ásia, sendo cerca de 60% delas de menores de 5 anos.
  • A doença pode ser evitada lavando frequentemente as mãos e, em muitos casos, ser tratada bebendo bastante água e descansando.
  • Existem cinco tipos de antibióticos eficazes contra a shigella, mas uma cepa da bactéria se mostrou resistente aos medicamentos e foi classificada como “grave ameaça à saúde pública”.
  • Ela já foi identificada nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e em toda a Europa.