CEO da Microsoft diz que Reino Unido foi “justo” em bloquear compra da Activision

Aquisição foi bloqueada pelo órgão regulador do país em abril, por monopólio nos jogos em nuvem
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Lucas Soares 02/01/2024 15h01
microsoft activision
Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O presidente da Microsoft, Brad Smith, voltou atrás no que disse sobre o Reino Unido na época do bloqueio do acordo de aquisição da Activision Blizzard. O executivo, que havia expressado insatisfações com o regulador do país em abril de 2023, afirmou na segunda-feira (1) que o órgão foi “duro e justo”.

Na época, a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), regulador antitruste da Grã-Bretanha, bloqueou o acordo da Microsoft com a empresa de games por conta dos jogos em nuvem, que dominariam o setor e minimizariam a concorrência. A medida obrigou a big tech a reestruturar a proposta.

Leia mais:

O que disse o CEO da Microsoft

Brad Smith falou em entrevista ao programa Today, da BBC Radio 4, do Reino Unido. O executivo afirmou que, desde as críticas à CMA em abril do ano passado, aprendeu muito pessoalmente e não recuaria nas preocupações que levantou na época, mas escolheria palavras diferentes.

Smith destacou que o órgão “manteve um padrão rígido” e que respeita isso.

Na minha opinião, foi difícil e justo. Isso pressionou a Microsoft a mudar a aquisição que havíamos proposto para a Activision Blizzard, para distribuir certos direitos que preocupavam a CMA em relação aos jogos em nuvem.

Brad Smith

Nas afirmações anteriores, o presidente da Microsoft havia dito que sua confiança no Reino Unido havia sido “severamente abalada” depois do bloqueio em abril e que a União Europeia era um lugar mais atraente para fazer negócios do que o país.

Vale lembrar que o Reino Unido não faz parte da União Europeia. Na região, a Microsoft também foi investigada por um suposto truste envolvido no acordo, reportado pelo Olhar Digital aqui.

Brad Smith, presidente da Microsoft (Foto: Getty Images/Reprodução)

Relembre o caso e o que mudou no acordo da Microsoft e Activision Blizzard

  • O bloqueio do Reino Unido ao acordo de mais de US$ 68 bilhões entre Microsoft e Activison Blizzard girava em torno do mercado de jogos em nuvem.
  • Em abril de 2023, quando bloqueou o negócio, a CMA afirmou que a aquisição poderia gerar um monopólio no setor.
  • Isso porque a big tech já detinha de 60 a 70% de participação no segmento e adicionar outros grandes títulos, como Call of Duty, daria uma vantagem ainda maior e enfraqueceria a concorrência.
  • A decisão fez a Microsoft reestruturar o acordo abrindo mão dos direitos dos jogos em nuvem e finalmente conseguiu a aprovação do país em outubro. Na União Europeia, a aprovação aconteceu em maio do ano passado.
Microsoft e Activision
(Imagem: FellowNeko/Shutterstock)

O que diz o órgão regulador do Reino Unido

Apesar das afirmações de Brad Smith, o site The Verge relatou que a CMA não ficou surpresa com a Microsoft.

De acordo com a CEO do órgão, Sarah Cardell, em outubro do ano passado, a empresa já havia tido a chance de reestruturar a proposta durante a investigação inicial, mas insistiu em um acordo que não seria aprovado. Ela complementou que a opção da companhia em arrastar o processo apenas “desperdiça tempo e dinheiro”.


Amazon Prime também é feito para jogadores!

Todo mês, obtenha itens exclusivos, jogos grátis, uma assinatura gratuita na Twitch.tv e muito mais com sua assinatura Prime. Clique aqui para um teste gratuito de 30 dias.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.