Imagens “fakes” criadas com inteligência artificial (IA) causam problemas, sim. Mas abrem oportunidades de negócio. É o que grandes fabricantes de câmeras fotográficas perceberam. Atualmente, Sony, Nikon e Canon desenvolvem sistemas para marcar, com um selo digital, as fotos tiradas por suas máquinas.
Para quem tem pressa:
- Fabricantes de câmeras como Sony, Nikon e Canon desenvolvem sistemas para marcar fotos com selos digitais para diferenciar imagens autênticas capturadas por câmeras das geradas ou modificadas por IA;
- As empresas buscam adotar padrões que assegurem a autenticidade das imagens capturadas e marquem fotos editadas como não autênticas; a implementação vai ganhar escala em 2024;
- Canon quer expandir a tecnologia para vídeos, enquanto a Nikon foca em câmeras topo de linha e Sony planeja atualizar equipamentos existentes e novos modelos;
- Para assegurar a eficácia e confiabilidade das marcações, as fabricantes de câmeras trabalham junto a laboratórios e agências de notícias.
A ideia das marcas é diferenciar fotos “de verdade” – capturadas pelas câmeras – de imagens geradas (aquelas que imitam fotos) ou modificadas por meio de IA, segundo o jornal japonês Nikkei.
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A demanda existe. Para você ter uma ideia, o dicionário estadunidense Merriam-Webster elegeu “autêntico” como palavra do ano em 2023. O topo do pódio veio por conta do crescimento constante nas buscas pelo termo ao longo do ano.
Autenticidade e inteligência artificial
As empresas planejam adotar um padrão que assegure a autenticidade das imagens capturadas e identifique fotos editadas como não autênticas. Essas serão marcadas com a mensagem “No Content Credentials”.
A implementação das sinalizações está prevista para ganhar escala em 2024. A Canon quer expandir a tecnologia para vídeos, enquanto a Nikon foca em câmeras topo de linha e a Sony planeja atualizar tanto equipamentos existentes quanto novos modelos a partir de abril.
Para garantir a eficácia e a confiabilidade das marcações, Nikon, Sony e Canon trabalham junto a laboratórios e agências de notícias. Por meio da colaboração, eles testam e implementam a tecnologia para assegurar resistência a interferências.
Em paralelo, gigantes da tecnologia referências em IA – Google e OpenAI, por exemplo – anunciaram ferramentas e marcas d’água para indicar imagens geradas por IA. Mas a autenticação ainda é um desafio por conta de plataformas de IA de código aberto.
Precisa de tudo isso mesmo?
Geradores de imagens com IA – por exemplo: Dall-E, Midjourney e Stable Diffusion – ganharam popularidade ao longo de 2023. Fotos e vídeos realistas, porém falsos, viralizaram aos montes. Nem o papa Francisco e o ex-presidente dos EUA Donald Trump escaparam.
Por isso, uma aliança global desenvolve ferramentas como o Verify para checagens online de imagens. Elas permitem a exibição de metadados autênticos e fornecem uma camada adicional de verificação.
À medida que a IA avança, o desafio de diferenciar entre imagens autênticas e criadas artificialmente cresce. E ele exige um esforço contínuo para manter a integridade e a credibilidade das imagens num mundo digital cada vez mais complexo.