O complexo de Golgi, organela celular presente em vegetais e animais, passou despercebido por muito tempo, mas seu papel é fundamental no funcionamento das células do corpo.
Agora, um novo estudo descobriu a relação dessa estrutura ao estresse e envelhecimento em plantas. Futuras pesquisas pretendem entender qual o papel delas em humanos – e, se o resultado for semelhante, poderemos descobrir o mistério do envelhecimento.
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Papel do Complexo de Golgi
- O complexo de Golgi (que também tem outros nomes, como aparelho ou corpo de Golgi) é estrutura celular de aparência peculiar, que, com certeza, te fará lembrar das aulas de biologia. Ela tem papel importante nas células de vegetais e humanas: é responsável por processar as proteínas e lipídios antes de enviá-los a outras partes das células (ou descartá-los);
- Os pesquisadores fizeram analogia para explicá-la. Basicamente, o complexo de Golgi é o “correio da célula”: ele embala e envia as proteínas e os lipídios onde eles são requisitados para o funcionamento do corpo;
- Dentro dessa estrutura, há proteína chamada oligométrica conservada de Golgi (ou só COG). Ela ajuda a ligar os açúcares (carboidratos) aos lipídios e outras proteínas para que elas possam seguir seu caminho pelo corpo e desempenhar suas funções;
- Nesse caso, ela é o “carteiro”: supervisiona a viagem dos “envelopes” enviados pelo complexo de Golgi;
- É por meio do trabalho conjunto do complexo e da COG que as células desempenham seu papel. Do contrário, se uma delas estiver danificada, vai afetar como as células do corpo funcionam.
Como isso se aplica aos vegetais
Ao estudar estressores vegetais, uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia Riverside relacionaram a organela ao processo de envelhecimento e sobrevivência das células.
Eles estudaram as células do agrião controlando fatores que poderiam estressá-las, como infecções e ausência de luz. Assim, chegaram ao complexo de Golgi e a COG, percebendo, que sem a união das duas, o funcionamento do corpo mudava.
Então, decidiram focar na COG. Eles modificaram as plantas para pararem de produzir a proteína naturalmente e perceberam que, mesmo em condições ideais, elas murchavam, amarelavam e chegavam à beira da morte três vezes mais rápido do que espécies nas mesmas condições, mas com a proteína funcionando normalmente.
Ou seja, a ausência da proteína causou envelhecimento acelerado. Ao reestabelecerem a capacidade da planta de produzir a COG, elas voltaram ao normal, como se nada tivesse acontecido.
O que isso tem a ver com o envelhecimento humano?
As células vegetais e animais (como as humanas) têm diferenças entre si, mas todas têm um complexo de Golgi.
Segundo o New Atlas, estudos anteriores já haviam mostrado como o mau-funcionamento do complexo prejudica funções biológicas essenciais, como a glicosilação, a classificação de proteínas e o funcionamento geral da célula. A pesquisa atual relaciona ambos ao envelhecimento e ao controle do estresse. Claro, em plantas.
No entanto, para os pesquisadores, isso abre portas para começar os estudos das mesmas estruturas nos humanos e entender como elas impactam em nosso envelhecimento.