Zelândia: primeiro continente totalmente mapeado revela segredos

A Zelândia é um continente de quase 5 milhões de quilômetros quadrados, mas a maior parte dele está submersa no oceano
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 30/01/2024 21h16
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Imagem: ManuMata/Shutterstock
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A Zelândia é o primeiro continente a ser completamente mapeado por pesquisadores. Reconhecido como continente apenas desde 2017, a Zelândia ainda é um mistério e a finalização deste trabalho pode fazer com que a ciência saiba mais sobre a região, que está na sua maior parte submersa no oceano.

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Zelândia

  • A Zelândia é uma massa de terra de aproximadamente 4,9 milhões de quilômetros quadrados, que engloba as ilhas da Nova Zelândia e Nova Caledônia.
  • Sua área é maior que a Índia e a Groenlândia, mas a maioria dela está submersa no oceano.
  • Desde o século 19, já era especulada a existência de uma enorme plataforma continental abaixo da Nova Zelândia, mas as tentativas de encontrá-la começaram somente após a Convenção sobre o Direito do Mar da ONU entrar em vigor.
  • Essa convenção permite que países reivindiquem a exploração de território além da Zona Econômica Exclusiva, desde que estejam em sua plataforma continental.
  • Muito sobre esse novo continente continua um mistério, o que sabemos é que ele pertencia ao supercontinente Gondwana, tendo se separado há cerca de 85 milhões de anos.
  • Os pesquisadores não sabem dizer se em algum momento ele esteve acima da superfície do mar, se sim, fica a dúvida do que poderia ter vivido nele.
Zelândia
Zelândia (Imagem: Ulrich Lange, Bochum, Alemanha via Wikimedia Commons ( CC0 1.0 )

Descobertas dos cientistas

Com base em um artigo publicado em 2019, uma equipe internacional de cientistas concluiu com sucesso o mapeamento do continente. De acordo com o estudo, a “Zelândia é o primeiro dos continentes da Terra a ter seu porão, bacias sedimentares e rochas vulcânicas totalmente mapeadas para a fronteira continente-oceano”.

Pesquisas anteriores identificaram que a crosta da Zelândia é mais fina do que a da maioria dos outros continentes. Usando levantamentos magnéticos, este novo estudo descobriu rochas de lava basáltica, o que indica que havia uma região vulcânica gigante no local.

Acredita-se que houve uma grande atividade vulcânica no continente entre 100 e 60 milhões de anos atrás, bem na época em que a Zelândia se separou de Gondwana. Segundo os cientistas, por pelo menos 40 milhões de anos o magma derretido inundou rachaduras e fissuras .

Por meio de datação e análise química, o mapa completo também descobriu uma imagem de outra parte fundamental da história da Zelândia – sua espinha dorsal de granito de quatro mil quilômetros de comprimento. Apelidado de Batólito Mediano, acredita-se que o cinturão transcontinental de granito tenha entre 250 e 100 milhões de anos.

Embora o continente seja o primeiro a ser completamente mapeado, ainda existem muitas dúvidas sobre a Zelândia e novas pesquisas são necessárias para tentar entender o que de fato aconteceu com a região. O estudo foi publicado na revista Tectonics. As informações são da IFLScience.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.