A NASA lançaria o satélite Plâncton, Aerossol, Nuvem, Ecossistema Oceânico (PACE) na madrugada desta quarta-feira (7). Entretanto, um problemas com o tempo causaram um pequeno adiamento de um dia. A nova previsão agora é às 3h33 (horário de Brasília) nesta quinta-feira (8). O satélite multimilionário irá estudar a saúde do nosso planeta observando desde as profundidades oceânicas até as nuvens na atmosfera terrestre e pretende representar para os oceanos, o que o Telescópio Espacial James Webb é para o cosmos.

  • O lançamento irá acontecer a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, a bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX;
  • O lançamento será transmitido ao vivo pelo NASA TV no site da agência

De acordo com Jeremy Werdell, cientista da missão, em coletiva de imprensa no dia 4, a missão PACE irá observar a Terra em escala épica, podendo revelar pequenos detalhes do mar, do céu, e até mesmo da terra. 

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O satélite que será  posicionado a cerca de 675 quilômetros acima da superfície terrestre tem como principal instrumento o Ocean Color Instrument (OCI), que coletará dados precisos do oceano em um amplo espectro de comprimento de onda. Além disso, o PACE também irá contar com dois polarímetros, que irão medir como a luz solar muda ao passar pelas nuvens, aerossóis e oceanos, fornecendo dados para as duas principais frentes da missão.

O PACE será para o oceano assim como o James Webb é para o cosmos

A primeira das frentes é a focada nos oceanos da Terra. Cerca de 70% da superfície do planeta é tomado por corpos d’água, no entanto, exploramos apenas 5% dos oceanos, mesmo eles sendo importantes para a alimentação humana, o clima, a economia e principalmente a produção de oxigênio.

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Por causa disso, os sensores do satélite irão observar a quantidade e os movimentos dos fitoplânctons subaquáticos. Isso porque apesar deles serem responsáveis por produzir cerca de 50% do oxigênio presente na atmosfera da Terra, algumas espécies desses microrganismos podem contaminar a água potável e afetar pescadores, e a longo prazo, a economia global.

Assim, a partir da interação da luz solar com o oceano e um cálculo para identificar o fitoplâncton, o PACE será responsável por rastrear onde está esse microrganismo bons e os ruins, para onde eles estão se movimento e como afetam a população ao redor do globo.

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Investigação das nuvens, aerossóis e mudanças climáticas

A outra principal frente de observações do PACE é o ar. A missão irá vigiar as nuvens para entender a formação de furacões e o monitoramento geral das tempestades, permitindo que esses eventos sejam previstos com certa antecedência. Já analisar os aerossóis, permite aos pesquisadores entender como se dão os avanços das mudanças climáticas.

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Os aerossóis são partículas extremamente finas que se encontram suspensas no ar. Acredita-se que elas impactam diretamente os padrões das nuvens e as mudanças climáticas, só não se sabe ainda a forma como isso se dá. Com o PACE, os pesquisadores poderão entender como.

Quanto à análise da terra, os pesquisadores estão interessados principalmente em buscar pigmentos na superfície que indiquem aos cientistas que a vegetação está passando por algum estresse. Apesar do PACE pretender ser mais útil para o oceano e a atmosfera, seus dados poderão, por exemplo, entender onde existe alguma doença em uma floresta ou campo agrícola.