Na última sexta-feira (9), uma poderosa explosão de classe X (o tipo mais poderoso) irrompeu do Sol, sendo a primeiroa erupção solar deste nível em 2024. O evento aconteceu às 10h10 (pelo horário de Brasília), provocando blecautes de ondas curtas de rádio na América do Sul, África e Atlântico Sul.

A explosão surgiu da mancha solar AR3576 e foi seguida de uma ejeção de massa coronal (CME), que se tivesse atingido a Terra causaria perturbações no campo magnético terrestre. Caso isso acontecesse, ela desencadearia tempestades geomagnéticas que poderiam afetar satélites em órbita, além da formação de auroras.

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Felizmente, de véspera, a mancha solar AR3576 se moveu para outra direção, o que deixou a Terra fora de sua linha de fogo. Além disso, por estar localizada no extremo sul do Sol, uma CME disparada por essa mancha passaria direto por baixo do planeta, sendo improvável que o atingisse diretamente.

No entanto, isso não significa que explosões que irrompem dessa mancha solar não nos afete. De acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, a explosão do dia 9, classificada como X 3,38, causou blecautes de rádio devido a pulsos extremos de raios-X e ultravioleta enviados para a Terra durante a erupção, tendo chegado aqui cerca de oito minutos depois.

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Regiões da America do Sul, Africa e Atlantico Sul sofreram com apagões de rádio causados pela explosão
Regiões da America do Sul, Africa e Atlantico Sul sofreram com apagões de rádio causados pela explosão (Crédito: NOAA/SWPC)

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Monitoramento de explosões solares 

As explosões solares acontecem quando a energia magnética acumulada na atmosfera solar é liberada em uma imensa explosão de radiação eletromagnética. Elas são categorizadas em uma escala logarítmica baseada no fluxo de raio-X, separados em A, B, C, M e X, sendo a A e a B as mais fracas e as X, seguidas pelas M, as mais poderosas. 

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O Sol está se aproximando do máximo solar, a fase mais ativa de cada ciclo solar de aproximadamente 11 anos, o que pode aumentar a frequência das explosões solares do tipo M e X. No entanto, os cientistas estão monitorando cuidadosamente a estrela, haja vista que além dos satélites e os sinais de rádio, as erupções e CME podem afetar a tecnologia eletrônica na Terra:

  • O Centro de Previsão do Clima Espacial da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional analisa diariamente as manchas solares para prever ameaças;
  • O Centro Mundial de Dados para o Índice de Manchas Solares e Observações Solares de Longo Prazo no Observatório Real da Bélgica também monitora as manchas solares e registra os altos e baixos do ciclo solar para analisar a atividade solar e melhorar a previsão do tempo espacial;
  • A NASA, com sua frota de espaçonaves conhecidas como Observatórios de Sistemas Heliofísicos (HSO), estuda o Sol e seus efeitos no Sistema Solar e no clima espacial.