O cenário atual de demissões na indústria de games tem sido desencorajador, para dizer o mínimo. Somente em janeiro deste ano foram demitidos mais de 5 mil funcionários. Mas esses cortes em massa vem acontecendo desde 2023, que somou cerca de 9 mil demissões. No topo das empresas que mais dispensaram pessoas estão a Unity com -1.800 profissionais que, segundo eles, faz parte do seu plano de reestruturação, e a Microsoft com 1.900 funcionários desvinculados da Activision Blizzard e Xbox.

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Abaixo está uma lista com algumas das empresas que reduziram seu número de funcionários, pelo menos até o dia 9 de fevereiro, segundo o portal Kotaku:

  • Bossa Studios – 19 pessoas
  • Unity Software – 1,800 pessoas
  • Twitch – 500 pessoas
  • Playtika – entre 300 à 400 pessoas
  • Discord – 170 pessoas
  • Lost Boys Interactive – 125 pessoas
  • Funselektor – 3 pessoas
  • PTW (formerly Pole To Win) – 45 pessoas
  • Thunderful – em torno de 100 pessoas
  • Pixelberry Studios – 120 pessoas
  • Netspeak Games – 25 pessoas
  • Wimo Games – 35 pessoas
  • Behaviour Interactive – 45 pessoas
  • CI Games – entre 15 à 20 pessoas
  • Metaverse World (Netmarble F&C) – 70 pessoas
  • Ntreev Soft (NCSoft) – 70 pessoas
  • Riot Games – 530 pessoas
  • Microsoft – 1900 pessoas

Por que essas demissões em massa aconteceram?

demissões games
Imagem: Unsplash

Segundo essas empresas de games, o motivo das demissões foi a necessidade de ajustar as empresas de acordo com o desenvolvimento do mercado. Desde 2020 a indústria de games teve um crescimento gigantesco por conta do isolamento social consequente da pandemia do COVID-19, já que muitas pessoas passaram a trabalhar home office e ter mais tempo para jogar, e outras começaram a jogar como uma forma de se entreter enquanto estava confinada em casa.

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Com a demanda no mundo dos jogos crescendo tão rapidamente, muitas delas aproveitaram o momento para expandir seus negócios, tirar novos projetos do papel, e, para isso, contratar mais profissionais. Agora que a população retornou a sua rotina e voltou a sair de casa, o mercado dos jogos esfriou, e com a queda na receita, as empresas, para manter o orçamento, decidiram que a melhor forma era a demissão em massa de profissionais.

Outros fatores também ajudaram nesse corte de custos, como a popularização de jogos Triplo A que estão aumentando em quantidades consideráveis, e a inflação que diminuiu o poder de compra da moeda, obrigando as empresas a controlar os custos na criação de novos games, principalmente para empresas menores.

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O que o futuro reserva para o mundo dos games

Em entrevista para a Games Industry, um CEO que preferiu não ter sua identidade revelada, afirmou que “Se 2023 foi o ano das demissões, 2024 será o ano dos fechamentos. Não apenas desenvolvedores, mas editores, mídia, empresas de serviços… Existem muitos negócios não lucrativos em videogames. Estamos prevendo até dois anos de dor.”

Para o mercado japonês, primeiro porque as leis trabalhistas do país desencorajam as demissões, tornando caro o processo de desligamento de um funcionário, quem dirá cortes em massa, e segundo porque eles investem em títulos com o orçamento mediano além de focarem em plataformas com custos de produção menores como o Nintendo Switch.

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Contudo, os anos das vacas magras tem seu fim previsto para os CEO’s entrevistados pela Game Industry que afirmou que as coisas vão crescer novamente, e a indústria de games poderá surgir mais sustentável e sábia do outro lado.

Fontes: Kotaku | Games Industry