A Microsoft lançou o 365 Copilot em fevereiro do ano passado como Bing Chat e, desde então, para além da mudança de nome, vem expandindo o recurso para outros produtos. O assistente de inteligência artificial (IA) mostra como não só a big tech, mas o mercado da tecnologia como um todo está apostando na IA, inclusive como meio de impulsionar receita.

Há alguns meses, o Microsoft 365 Copilot está nas mãos de testadores. As avaliações são mistas e mostram que, apesar de útil, a IA ainda tem falhas e pode não valer a pena pelo preço.

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Avaliações dos testadores do Microsoft 365 Copilot

A Microsoft diz que os funcionários das empresas envolvidas nos testes da ferramenta estão pedindo para usá-la. Também afirma que a demanda inicial pelo serviço é sem precedentes.

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Inicialmente, a companhia permitiu que apenas empresas com pelo menos 300 usuários ativos no Copilot poderiam participar dos testes. Depois, permitiu assinaturas menores, já que muitas resistiram a um compromisso tão grande.

No entanto, a big tech não divulgou números e, segundo usuários ouvidos pelo Wall Street Journal, os resultados são mistos. Alguns apontam erros por parte da IA, recursos que não funcionam como esperado ou simplesmente um preço exorbitante.

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Veja os prós:

  • Um inquérito da Microsoft de novembro mostrou que 77% dos testadores não queriam desistir do Copilot poque o recurso economizava o tempo dos funcionários. Resumos de reuniões pouparam cerca de 30 minutos por reunião e a escrita assistido por IA economizou seis minutos em rascunhos;
  • Segundo Melanie Kalmar, diretora de informação e diretora digital da Dow, com quase 36 mil funcionários, o Copilot ajudou na eficiência do trabalho;
  • Usuários entrevistados pelo jornal relataram que alguns dos recursos mais úteis foram os do Teams, como obter resumo do que foi dito antes de ingressar em reunião (ou apenas não comparecer e ler o que foi dito posteriormente);
  • Um recurso elogiado no serviço foi a capacidade da IA de gerar slides de PowerPoint;
  • Para Ethan Mollick, professor de IA da Universidade da Pensilvânia, a tecnologia tem “conjunto de ferramentas bastante impressionante”.

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microsoft copilot
Imagem: Tada Images/Shutterstock

E os contras:

  • No entanto, em relação ao Teams, outros usuários relataram que a IA inventou respostas. Um exemplo foi de um funcionário que leu um resumo sobre um “Bob” falando sobre “estratégia de produto”. O problema é que não havia um Bob na reunião e, segundo pessoas que compareceram, estratégia de produto não foi um dos temas abordados;
  • Com isso, os funcionários ficam receosos na hora de usar o Copilot com informações sensíveis ou números, como no Excel;
  • Já em relação à geração de slides, alguns usuários relataram que ficaram decepcionados. Guido Appenzeller, sócio da empresa de investimentos Andreessen Horowitz, publicou no X (antigo Twitter) que a apresentação fica “uma bagunça e não chega nem perto de agregar valor”;
  • Já na integração com o Outlook, Mollick disse que, quando pediu à IA para marcar uma reunião, o Copilot sugeriu horários já ocupados e aos sábados;
  • De acordo com Sharon Mandell, diretora de informação da Juniper Works, que está testando o recurso desde novembro, por mais útil que seja, a companhia ainda não está pronta para gastar US$ 30 (cerca de R$ 150) por funcionário.

Microsoft Copilot
Imagem: JLStock/Shutterstock

Apostas na IA

Assim como outras empresas do setor tech têm feito, a Microsoft investiu bilhões no Copilot e precisa que a tecnologia deslanche. Inclusive, o recurso protagonizou a primeira propaganda da companhia no Super Bowl em quatro anos.

Os investimentos vêm na onda do setor como um todo. No caso da Microsoft, a companhia espera que a IA ajude a consolidá-la como empresa mais valiosa do mundo.

No entanto, para isso, precisa que o Copilot seja um sucesso e faça as ações subirem. Algumas das iniciativas anteriores da big tech, como a aposta na integração de IA com o buscador Bing, não tiveram o resultado esperado. No caso, um ano depois, o Bing ganhou apenas 1% de mercado em relação ao que era antes, nem perto de alcançar o sucesso do Google.