Marte ainda é repleto de mistérios. Um deles é sobre a existência ou não de placas tectônicas no planeta vermelho. Agora, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Hong Kong sugere que o nosso vizinho marciano pode ter tido um tipo de placa tectônica próprio.

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Já se sabe que Marte é formado por diversos vulcões. Aqui na Terra, explicam os cientistas, eles surgiram através de um processo envolvendo altas temperaturas e a reciclagem da crosta terrestres associada às placas tectônicas. No planeta vermelho, no entanto, isso pode ter ocorrido de outra forma.

A teoria dos pesquisadores responsáveis pelo estudo é que existiu um tipo de placa conhecida como “tectônica vertical”. E teria sido ela que possibilitou a formação desse complexo sistema verificado em Marte.

Neste trabalho, mostramos que a crosta antiga tem muitos outros tipos de vulcões, como cúpulas de lava, estratovulcões, caldeiras e grandes escudos de cinzas, não de lava. Além disso, a maioria dos cientistas vê Marte como um planeta composto de basalto, que tem baixo teor de sílica e representa pouca evolução crustal, mas estes vulcões têm alto teor de sílica, o que significa que se formaram a partir de um processo complexo de evolução do magma até então desconhecido.

Joseph Michalksi, geólogo do departamento de ciências da Terra da Universidade de Hong Kong
Região de Eridania, em Marte, apresenta diversos vulcões (Imagem: NASA/Mars Odyssey/HRSC)

Placa tectônica marciana

  • Os pesquisadores acreditam que o sistema vulcânico marciano é mais diversificado do se acreditava.
  • Até então, eles sabiam que o solo de Marte era formado por vulcões semelhantes aos encontrados no Havaí.
  • Entretanto, este novo estudo aponta que o corpo celeste também possuía vulcões extremamente explosivos e que só são formados a partir da reciclagem da crosta, como acontece na Terra.
  • A equipe sugere que a “tectônica vertical” causou um colapso no manto do planeta vermelho e criou uma alta concentração de sílica, expelida na superfície por meio dos vulcões.
  • Esse, inclusive, seria o motivo dos maiores níveis de sílica serem registrados exatamente nas áreas do sistema vulcânico marciano.
  • As conclusões dos pesquisadores estão descritas em estudo publicado na revista Nature Astronomy.
  • As informações são do Universe Today.