Astronautas da ISS ainda não sabem para onde olhar durante o eclipse

A orbita da ISS não é precisa e pode sofrer alterações até o dia do eclipse, o que faz com que os astronautas não saibam para onde olhar
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 02/03/2024 11h37, atualizada em 05/03/2024 21h19
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Um eclipse solar total que será visível a partir dos Estados Unidos e algumas regiões do México e Canadá acontecerá no dia 8 de abril, e os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) terão a oportunidade de ver o fenômeno da órbita da Terra. No entanto, eles ainda não sabem bem para onde olhar e apontar suas câmeras.

  • Os astronautas que irão ver o eclipse da ISS são os tripulantes da Expedição 71, que inclui aqueles que devem na missão Crew-8 da SpaceX na madrugada deste domingo (3);
  • O cronograma de observação do fenômeno ainda está sendo finalizado e tem como objetivo capturar o evento a partir da ISS;
  • As câmeras já estão sendo preparadas e os astronautas treinados para tirar fotos do eclipse solar total, mas o momento certo que isso acontecerá continua sendo avaliado.

Em entrevista para a Space.com, em janeiro, os astronautas da NASA disseram que essa incerteza é porque a órbita da ISS não é precisa. Até o eclipse acontecer, por exemplo, a estação pode precisar desviar de objetos no espaço, como lixo espacial.

De vez em quando, temos que ajustar a órbita da nossa estação para evitar bater em alguma coisa. Quanto mais perto chegarmos [de abril], mais seremos capazes de aprimorar nossa abordagem. Saberemos qual será nosso ângulo de visão.

Michael Barratt, astronauta da NASA da missão Crew-8
Representação artística da Estação Espacial Internacional com um eclipse solar de fundo (Crédito: muratart - Shutterstock)
Representação artística da Estação Espacial Internacional com um eclipse solar de fundo (Crédito: muratart – Shutterstock)

Mais sobre o eclipse:

 Astronautas da Crew-8 e as observações do eclipse

A missão Crew-8 conta com os astronautas da NASA, Matthew Dominick, Michael Barratt e Jeanette Epps, junto com o cosmonauta da Roscosmos, Alexander Grebenki. Na ISS eles se juntarão a outros tripulantes.

Esta não será a primeira vez que Barrat verá um eclipse do alto. Em 2017, quando outro eclipse solar passou pelos Estados Unidos, ele estava em voo fretado da Alaska Airlines, a cerca de 12 mil metros de altura. Agora, ele estará a cerca de 400 quilômetros de altitude.

Eclipse Solar Total de 2017, fotografado em Madras, Oregon (Crédito: NASA/Aubrey Gemignani)
Eclipse Solar Total de 2017, fotografado em Madras, Oregon (Crédito: NASA/Aubrey Gemignani)

Do lado russa da ISS, Grebenkin disse em outra entrevista que discussões sobre a melhor forma de observar o evento também estão acontecendo. 

Na verdade, não treinei especificamente para observar. Eu sei que isso vai acontecer e estou planejando fazer o meu melhor para tirar fotos e também observar o evento em si.

Alexander Grebenki
Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.