Banheira de gelo: o que é crioterapia e quais os benefícios?

Técnica vem sendo bastante divulgada nas redes sociais, com vários influenciadores entre os adeptos; banho de gelo pode ajudar na saúde mental
Por Bob Furuya, editado por Bruno Capozzi 05/03/2024 02h00
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Imagem: Victor Moussa/Shutterstock
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Você deve ter visto recentemente o vídeo de algum famoso entrando em uma banheira de gelo. Não, não é nenhum tipo de desafio ou seita. É Medicina mesmo.

A crioterapia é uma técnica que consiste em utilizar temperaturas baixíssimas para tratar lesões e recuperar o corpo. Atletas de alto rendimento fazem uso dessa prática há décadas. Muitos atores e influenciadores também resolveram aderir, mas com objetivos estéticos.

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É o caso de Reynaldo Gianecchini, que mostrou nas redes sociais que é um adepto da prática. Em postagem no Instagram, no começo deste ano, ele compartilhou registros de uma sessão de crio que fez em São Paulo.

https://www.instagram.com/reel/C2I9HshrtZ7/?utm_source=ig_embed&ig_rid=728c71b7-451d-4263-ad30-f0ba70d7008e

Para fins estéticos, a crioterapia é recomendada para combater rugas e linhas de expressão, além de também promover o aumento no metabolismo das gorduras, atacando a gordura localizada, flacidez e celulites.

Vale destacar que existem aparelhos específicos para isso – não é simplesmente entrar numa banheira de gelo para queimar gordura.

Fenômeno fora do país também

Muito antes do galã brasileiro, a banheira de gelo já havia sido mundialmente falada em 2020, quando a cantora Lady Gaga postou uma foto de momentos antes de uma apresentação importante.

https://www.instagram.com/p/CEVdVF3Meiu/?utm_source=ig_embed&ig_rid=d1ab0f8f-7d48-4342-bc83-0e16c6353455

Só que no caso dela, a crio auxilia na dor. A estrela já disse publicamente que sofre de fibromialgia e a técnica faz parte do tratamento.

O gelo possui um efeito vasoconstritor (reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos) e é também analgésico, o que contribui para diminuir dores musculares e acelerar a recuperação das pequenas lesões provocadas por exercícios ou doenças.

Há relatos até de dermatologistas que estão indicando essa terapia. No caso, como um tratamento para lesões causadas por HPV, por exemplo.

Outra vertente menos conhecida no Brasil, é o uso da crioterapia para auxiliar no tratamento da saúde mental. A liberação de hormônios como a adrenalina, noradrenalina e endorfina durante a imersão em água gelada pode causar um efeito positivo naqueles que sofrem de transtornos do humor, como ansiedade e depressão.

Imagem: sportoakimirka/Shutterstock

Não é brincadeira

  • Um ponto importante que devemos deixar claro aqui é que, seja para fins estéticos ou médicos, a crioterapia não deve ser feita sem o acompanhamento e a recomendação de um profissional.
  • O tempo de exposição e a forma de usar o frio como tratamento pode variar de acordo com o objetivo.
  • Seja qual for a técnica escolhida, o uso de gelo deve ser interrompido em caso de desconforto ou perda da sensibilidade.
  • O tempo de contato do gelo com o corpo nunca deverá ser superior a 20 minutos, para não queimar a pele.
  • As pessoas também devem proteger as extremidades do corpo e as partes íntimas.
  • Deve-se ter um cuidado especial também com a imersão do tronco/peito.
  • Em casos extremos, a crioterapia pode provocar hipóxia, que é o déficit de oxigênio em algumas partes do corpo, levando até à necrose.
Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.