Finalmente, após duas tentativas não tão bem-sucedidas, a SpaceX revela quando vai ser o terceiro lançamento para um voo suborbital de teste do megafoguete Starship. Segundo divulgado pela empresa, o veículo está programado para decolar da Starbase, próximo à praia de Boca Chica, no sul do Texas, na próxima quinta-feira (14).

Sobre os lançamentos do foguete Starship:

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  • O megafoguete Starship é composto por dois estágios, o propulsor Super Heavy e a espaçonave que dá nome ao complexo veicular;
  • O primeiro lançamento para um teste de voo suborbital aconteceu em 20 de abril de 2023
  • Na ocasião, o foguete de 120 metros de altura (o maior já construído pela humanidade), explodiu no céu cerca de quatro minutos após a decolagem;
  • Isso porque, pouco antes da separação dos dois estágios, a 35 km de altitude, houve uma falha, forçando o procedimento de autodestruição do foguete, que foi caindo e explodiu a 29 km de distância do solo;
  • Após sete meses de expectativa, em 18 de novembro a SpaceX lançou o veículo pela segunda vez;
  • Oito minutos e 30 segundos depois, o Starship explodiu ao entrar em órbita e perdeu a comunicação com a Terra, mas ainda assim o lançamento entrou para a história da exploração espacial como um teste bem-sucedido.
Megafoguete Starship sendo abastecido na plataforma de lançamento da SpaceX no Texas. Crédito: SpaceX via X

Starship, da SpaceX: o foguete mais poderoso do mundo

A nave Starship e o propulsor Super Heavy foram projetados pela SpaceX para formar o foguete mais poderoso do mundo, totalmente reutilizável e capaz de transportar até 165 toneladas para a órbita da Terra.

É importante destacar que a NASA escolheu o megafoguete Starship como módulo de pouso lunar da missão Artemis 3, programada para levar astronautas à Lua em 2026. No entanto, antes desse marco, a SpaceX precisa realizar com sucesso um voo suborbital, algo que não foi alcançado nas tentativas anteriores em abril e novembro de 2023.

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A SpaceX venceu um contrato com a NASA para oferecer o Starship como módulo de pouso lunar da missão Artemis 3, em 2026. Crédito: SpaceX

Em uma recente entrevista, Musk indicou a possibilidade de realizar o terceiro voo de teste do Starship no início de março. No entanto, a SpaceX ainda aguardava a aprovação da Administração Federal de Aviação (FAA) para prosseguir com os planos de lançamento. A FAA, por sua vez, concluiu recentemente uma investigação sobre o segundo voo de teste da Starship, que resultou em duas explosões.

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SpaceX precisou fazer 17 ações corretivas

Os resultados da investigação apontaram 17 ações corretivas que a SpaceX precisaria implementar antes da nova tentativa de lançamento. Entre elas, melhorias no veículo Starship e no propulsor Super Heavy, com foco especial em aprimorar os sistemas de filtragem de propelente e reforçar as medidas de proteção contra incêndios, visando garantir a segurança durante todas as fases do voo.

Os estágios Starship e Super Heavy foram transportados para a plataforma de lançamento Starbase em fevereiro, marcando a última etapa dos preparativos para o tão aguardado voo. Durante esse período, a SpaceX implementou ajustes nos sistemas para aumentar a confiabilidade e minimizar os riscos de falhas durante o lançamento.

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O sucesso do evento da próxima semana é crucial não apenas para o avanço das missões lunares, incluindo a ambiciosa missão Artemis 3 da NASA, mas também para consolidar a posição da SpaceX na vanguarda da exploração espacial.

Como será o terceiro teste de voo integrado da Starship

Projetado especialmente para levar pessoas e cargas à Lua e a Marte, o Starship também deve ser usado em uma série de outras tarefas, como lançar a maioria dos satélites de internet Starlink 2.0 de próxima geração da SpaceX à órbita da Terra.

O gigantesco complexo veicular é composto de dois estágios: o propulsor Super Heavy, dotado de 33 motores raptor, e a espaçonave Starship, que dá nome ao foguete, com seis motores.

Durante o voo da próxima semana, chamado de terceiro teste de voo integrado, serão utilizados os protótipos Booster 10 e Ship 28 (que, particularmente neste caso, não serão reaproveitados em outros voos).

Como o veículo não deve atingir a velocidade suficiente para alcançar a órbita da Terra (que seria de 28.160 Km/h), provavelmente, em uma tentativa de simplificar a operação, o voo não será orbital e, sim, suborbital.

Se tudo sair conforme o planejado, cerca de 2min50s após a decolagem do foguete, haverá a separação dos dois estágios, com o B10 caindo em um lugar pré-determinado no Golfo do México, enquanto os motores da Ship 28 forem acionados para impulsionar a espaçonave em sua trajetória “quase orbital” sobre o planeta, a cerca de 235 km de altitude.

Aproximadamente 1h30 depois, a cápsula está programada para pousar com a ajuda de paraquedas em um mergulho suave no Oceano Pacífico, a cerca de 35 km da costa do Havaí, próximo à ilha de Kauai.