A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla inglês) informou, na segunda-feira (26), que encerrou a investigação sobre o segundo voo do Starship, “foguetão” da SpaceX. E o órgão reforçou que a conclusão da investigação não significa que o terceiro voo está autorizado.

Para quem tem pressa:

  • A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) finalizou a investigação sobre o segundo voo do Starship da SpaceX, que terminou em duas explosões. Mas esclareceu que isso não autoriza automaticamente o terceiro voo;
  • A investigação, liderada pela SpaceX, resultou em 17 ações corretivas aceitas pela FAA. Entre elas, estão: mudanças no design de hardware, atualizações nos modelos de controle e reavaliação das análises de motor baseadas em dados de voo;
  • As ações corretivas se dividem entre o primeiro estágio do veículo, Super Heavy, e o estágio superior, Starship, abrangendo desde redesigns de hardware até atualizações em orientação, análise de inflamabilidade e proteção contra incêndio;
  • Antes do próximo lançamento, a SpaceX deve implementar ações corretivas identificadas e obter uma modificação de licença da FAA que cumpra com todos os requisitos regulatórios de segurança e ambientais. Atualmente, o órgão avalia o pedido de modificação.

O segundo voo do Starship, cuja decolagem ocorreu no Texas, nos EUA, em 18 de novembro, é aquele que terminou em duas explosões (dá até para ver a partir da perspectiva de um telescópio). Desde então, a empresa espacial de Elon Musk vem se preparando para o terceiro voo do “foguetão”.

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Antes do próximo lançamento, a SpaceX deve implementar todas as ações corretivas e receber uma modificação de licença da FAA que atenda a todos os requisitos regulatórios de segurança, ambientais e outros aplicáveis. A FAA está avaliando o pedido de modificação de licença da SpaceX e espera que a SpaceX envie informações adicionais requeridas antes que uma determinação final possa ser feita.

Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) em comunicado (via Space.com)

Investigação da 2ª explosão do Starship

SpaceX divulga imagens dos protótipos dos estágios do foguete Starship que vão voar no terceiro lançamento do veículo. Crédito: SpaceX

A investigação do incidente, liderada pela SpaceX, identificou 17 ações corretivas, aceitas pela FAA. Sete delas dizem respeito ao enorme primeiro estágio do booster do Starship, conhecido como Super Heavy, “incluindo redesigns de hardware do veículo, atualizações no modelamento do sistema de controle, reavaliação das análises de motor baseadas nos dados de voo do OTF-2 [Teste de Voo Orbital-2] e algoritmos de controle de motor atualizados”, segundo o órgão.

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As outras dez ações corretivas lidam com o estágio superior do veículo, de 50 metros de altura, chamado Starship. Entre essas modificações estão “redesigns de hardware do veículo, mudanças operacionais, atualizações na análise de inflamabilidade, instalação de proteção contra incêndio adicional e atualizações de orientação e modelagem”, escreveram os oficiais da FAA.

‘Foguetão’ da SpaceX (e seus tombos)

(Imagem: KLYONA/Shutterstock/SpaceX/Edição: Olhar Digital)

O Starship, feito de aço inoxidável, é o maior e mais poderoso foguete já construído. Quando montado, tem cerca de 122 metros de altura – e Musk diz que versões futuras provavelmente serão ainda maiores.

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A empresa desenvolve o veículo reutilizável para ajudar a humanidade a colonizar a lua e Marte, além de realizar diversas outras façanhas de exploração. Além disso, a NASA escolheu o Starship para ser o primeiro lander lunar tripulado para seu programa Artemis na Lua.

O Starship decolou pela primeira vez em abril de 2023. O veículo apresentou diversos problemas, incluindo a falha das duas etapas em se separarem conforme planejado. A SpaceX precisou explodir o foguete cerca de quatro minutos após a decolagem.

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Já no segundo voo, em novembro, as duas etapas se separaram no tempo certo e o estágio superior provavelmente teria alcançado a órbita se carregasse uma carga útil, disse Musk. Segundo ele, a explosão do estágio superior ocorreu por conta da liberação de oxigênio líquido – e não teria sobrado oxigênio líquido para sair se o foguete carregasse um satélite.