Animal é imune à radiação de Chernobyl, aponta estudo

Um novo estudo indica que vermes microscópicos encontrados em Chernobyl se tornaram resistentes à radiação
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 07/03/2024 11h41
Parte de Chernobyl
Chernobyl / Imagem: Unsplash
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Quase 40 anos depois do desastre nuclear de Chernobyl, o episódio continua gerando impactos na vida selvagem. Isso porque, enquanto os seres humanos foram evacuados, muitos animais continuaram vivendo na região. Um novo estudo indica que vermes microscópicos encontrados no local se tornaram resistentes à radiação.

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Placa de radiação em Pripyat (Chernobil). Foto: Vladyslav Cherkasenko/Unsplash
Efeitos da radiação em Chernobyl ainda não são totalmente conhecidos pela ciência (Imagem: Vladyslav Cherkasenko/Unsplash)

DNA dos animais não identificou qualquer dano provocado pela radiação

O trabalho foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos. Eles coletaram os animais na Zona de Exclusão de Chernobyl e as conclusões surpreenderam os especialistas.

A ideia inicial era investigar os efeitos da radiação nos nematoides, pequenos vermes com genomas simples e ciclos de vida curtos. A coleta de amostras foi realizada em 2019, com a colaboração de cientistas ucranianos e norte-americanos.

Ao analisar os exemplares, eles descobriram que os genomas dos nematoides não mostravam sinais de danos causados pelos altos índices de radiação. Segundo os pesquisadores, isso não indica que Chernobyl seja um ambiente seguro, e sim que os animais em questão podem possuir mecanismos de reparo de DNA excepcionalmente eficazes.

O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. As informações são do ScienceAlert.

Vermes nematoides se tornaram resistentes à radiação (Imagem: Sophia Tintori)

Importância da descoberta

  • A descoberta dos cientistas desafia as previsões anteriores e é importante para avaliar o impacto da radiação crônica na evolução das espécies em ambientes extremos.
  • Segundo cientistas, o trabalho representa um avanço significativo também para a pesquisa médica e ambiental.
  • Além disso, indica que a variação na reparação do DNA entre os nematoides pode fornecer informações valiosas sobre a resposta humana à radiação e ao câncer.
  • A forma como os diferentes indivíduos de uma espécie respondem aos danos no material genético é considerada crucial para entender os fatores de risco humanos.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.