Imagine estar a incríveis 828 metros de altura! Não, não estamos falando de subir a serra. Estamos falando do Burj Khalifa, prédio mais alto do mundo, localizado em Dubai (Emirados Árabes).

Esta é a nona de uma série de reportagens sobre megaprojetos ao redor do mundo, publicada todas às terças e quintas-feiras. O Olhar Digital já abordou a maior ponte marítima do mundo, o novo estádio tecnológico de Las Vegas (EUA) em formato de tatu e os diques holandeses.

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A título de comparação, a cidade de São Paulo (SP) encontra-se a 760 metros acima do nível do mar. Ou seja, chegar ao andar mais alto do Burj Khalifa significa ficar mais alto do que os moradores da Capital paulista.

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Além disso, como lembra a Celere, ele é duas vezes mais alto que o famoso Empire State Building (Nova York, EUA), além de medir o mesmo que sete campos de futebol. Abaixo, você vê uma comparação fotográfica do Burj Khalifa com outros grandes edifícios mundiais:

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Montagem compara Burj Khalifa a outros grandes: Taipei 101, Torres Petronas, Torres Seares e Empire State Building (Imagem: Reprodução/Samsung C&T Corporation)

Curiosidades do Burj Khalifa

O prédio mais do mundo possui, ainda, algumas outras peculiaridades:

  • Ele possui 1,5 milhão m² de área (o equivalente a 200 quartos de hotel) e 526,76 mil m² de área construída;
  • Além de ser a estrutura mais alta construída pela humanidade (até o momento), é a mais alta livre de cabos;
  • É o que possui a maior quantidade de andares: são 200, com 160 deles habitáveis, sendo o 160º o mais habitável do mundo;
  • Possui, ainda, a plataforma de observação mais alta do mundo, localizada no 124º andar;
  • Prédio com a piscina mais alta do mundo, localizada no 76º andar;
  • Ele pesa incríveis 500 mil toneladas;
  • Foram 330 milhões de litros de concreto para construí-lo;
  • Os trabalhadores demoraram 22 milhões de horas, ou seis anos, para construí-lo;
  • Além disso, o Burj Khalifa tem 39 mil toneladas de aço reforçado (suficiente para construir uma ponte entre o oriente Médio e os EUA, cerca de um 1/4 do planeta) e 103 mil m² de vidro em sua fachada;
  • Existem 58 elevadores e oito escadas rolantes, ao todo, para percorrer os 200 andares. O elevador de serviço aguenta incríveis 5,5 toneladas;
  • Estima-se que, para limpar todas as suas janelas, seriam necessários, no mpinimo, quatro meses de trabalho;
  • Pode ser visto a incríveis 95 quilômetros de distância.

Quanto aos envolvidos no projeto, seu desenvolvedor foi a Emaar Properties. Os arquitetos e engenheiros vieram da Skidmore, Owings e Merrill. Seus projetistas foram William F. Baker e Adrian Smith, já a construtora foi a Samsung C&T Corporation e a gestão do projeto é da Turner International.

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Quem quiser visitar os três mirantes, naturalmente, precisam pagar. Os mirantes dos andares 124 e 125 têm ingressos no valor de R$ 228,70 a R$ 330,20. Já o do 148º andar custa entre R$ 540 e R$ 721,30.

Base do edifício foi baseada na Hymenocallis, uma flor do deserto (Imagem: Pholder)

Construção do edifício

Com obras que duraram entre 21 setembro de 2004 e 4 janeiro de 2010, mês de sua inauguração, o Burj Khalifa precisou ser erguido por mais de 12 mil pessoas de 30 diferentes países.

Conforme o Tudo Sobre Dubai, anteriormente, seu nome era Burj Dubai (Torre de Dubai, em português). Seu nome atual homenageia o então presidente dos EMirados Árabes, Khalifa Nahyan. A obra ultrapassou um ano em relação a sua previsão inicial e custou 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,45 bilhões, em conversão direta).

Quando começou a ser projetado, os engenheiros tinham três desafios a superar: o vento, a fundação do edifício e a refrigeração dos ambientes. Para resolver o primeiro dos três desafios, o projetista Adrian Smith pensou em uma estrutura no formato de uma flor. No caso, ela se inspira em uma flor do deserto, a Hymenocallis.

Exemplo de Hymenocallis (Imagem: Walter Erhardt/Shutterstock)

A forma da base do edifício, em formato de “Y”, é um núcleo hexagonal com três asas anexadas, com cada uma consistindo em quatro baias. Cada ala reforça a outra por meio de núcleo central de seis lados, ou cubo hexagonal.

Foram realizados, durante a construção, testes de carga eólica. Isso garantiu que ele estava sendo construído da forma mais eficaz possível. Outra forma de lidar com os efeitos do vento, como sua velocidade e movimento, foi diminuir a largura e a forma do Burj Khalifa conforme ele crescia.

Tudo isso foi necessário, pois, mesmo um vento fraco, em uma estrutura tão grande, pode causar um desastre, pois a parte mais alta do prédio sofre mais por não ter, ao redor, outros prédios para ajudar na resistência ao vento.

Já sobre sua fundação, ela possui grande esteira de concreto armado, suportada por 194 estacas de concreto armado, com profundidade média de 50 metros. Naturalmente que, para construir um prédio desse tamanho e peso, muitos testes sísmicos e geotécnicos foram necessários.

A esteira que compõe a fundação do edifício tem 3,7 metros de espessura e possui 12,5 mil m² de concreto. As estacas existentes no local possuem 1,5 metro de diâmetro e 43 metros de comprimento. Cada uma delas têm capacidade projetada de três mil toneladas.

Para impedir a contaminação do lençol freático que passa abaixo da construção, as fundações foram concebidas com concreto de alta densidade e baixa permeabilidade, além de sistema de proteção catódica instalado sob a esteira.

Quanto ao resfriamento do Burj Khalifa, isso tornou-se um desafio, pois a temperatura média de Dubai é de 41 °C, podendo chegar a 50 °C. Como manter a estrutura em si e seus ambientes bem-refrigerados?

Para isso, bastou um sistema inovador à base de armazenamento térmico de gelo. À noite, a estação central de tratamento de água cria uma pasta de gelo, que é acumulada em tanque e armazena a energia de resfriamento, liberada posteriormente para o sistema de ar-condicionado interno e os sistemas de água encanada via dutos.

A Celere destaca que esse inteligente sistema traz grande economia de energia e requer pouco espaço para seu armazenamento, quando comparado ao um sistema de resfriamento tradicional.

Além disso, a mistura certa de concreto foi primordial. O cimento foi derramado apenas durante a noite e, no verão, gelo foi adicionado à mistura. Dessa forma, esse concreto era bem menos propenso a secar rapidamente e quebrar.

Na fachada, temos 512 metros de alumínio, que, combinada com o vidro, é a maior fachada deste tipo do mundo, com seu peso se equiparando ao de cinco Airbus A380. Ainda existem nela 868 potentes estroboscópios de luzes, que proporcionam mais de 50 combinações diferentes de efeitos de iluminação.

Outro ponto vital foi desenvolver, de forma inteligente, as saídas de emergência e rotas de fuga em caso de desastres. Para mitigar potenciais problemas, os engenheiros trabalharam em vedação especial contra fogo em todos os andares e elevadores, além do uso de água e geradores exclusivos.

Ainda, ressalta a Arcos, a cada 25 andares do Burj Khalifa, existe um espaço para refúgio e descanso, podendo abrigar quem está cansado de descer os andares durante uma fuga, ou que não aguentam escapar pelas escadas.

Vista (de perder o fôlego) de um dos andares do Burj Khalifa (Imagem: Pandora Pictures/Shutterstock)

É somente um projeto. Não é a altura recorde que me interessa mais. Na verdade, espero que o recorde seja quebrado em breve. O que é emocionante é que você tenha que desenvolver sistemas radicalmente diferentes quando se deseja dar um salto para cima. Não basta, simplesmente, aprimorar as estruturas do edifício anterior.

William F. Baker, um dos projetistas do Burj Khalifa