Dois casais de mosquitos copulando foram preservados em uma bolha de resina de árvore que data do Período Cretáceo. Junto das duplas, mais três mosquitos ficaram presos, o que permitiu aos pesquisadores saber mais sobre esses insetos que viveram há milhões de anos.

  • O pedaço de resina, ou âmbar, veio do norte de Myanmar, no sudeste asiático;
  • Ele data de cerca de 100 milhões de anos atrás, do meio do Cretáceo;
  • Os mosquitos são peregrinos aquáticos da espécie Burmogerris rarus.

Apesar de ser engraçado pensar que os mosquitos tenham ficado presos nessa situação, a descoberta é muito útil para os pesquisadores, visto que o registro fóssil é uma raridade. Assim, o achado, descrito na revista Proceedings of the Royal Society, pode ajudar os cientistas a entender mais sobre o acasalamento desses insetos.

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Casal de mosquitos copulando. O inseto menor, nas costas do maior, é o macho (Crédito: NIGPAS)
Casal de mosquitos copulando. O inseto menor, nas costas do maior, é o macho (Crédito: NIGPAS)

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Os mosquitos machos dominavam o acasalamento

Dos sete mosquitos presos na resina, seis estão em casais e o sétimo é um macho solitário. Os pares copulando por si só já são uma descoberta impressionante, mas todo o resto também pode revelar muito sobre esses animais. Por exemplo, os machos vistos nas costas das fêmeas são muito menores e o inseto solitário tão perto dos outros casais sugere que esses insetos não eram territoriais.

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Representação artística dos mosquitos peregrinos aquaticos (Crédito: NIGPAS)
Representação artística dos mosquitos peregrinos aquaticos (Crédito: NIGPAS)

Uma análise microscópica também revelou que os mosquitos machos possuíam diferenças em suas patas dianteiras que podem ter sido úteis durante todo o processo de acasalamento. Essa estrutura presente nos machos é chamada de protíbia, sendo ligeiramente curvada e tendo a borda parecendo um pente.

Ao comparar os pentes protibiais do macho com espécies da família Veliidae, sugerimos que o pente protibial especializado dos novos fósseis funciona como um aparelho de preensão, provavelmente representando uma adaptação para superar a resistência feminina durante as lutas.

Diying Huang, líder do estudo, em declaração

Acredita-se que essa estrutura tenha sido ideal para garantir que os machos não se arriscassem antes da copulação. Ao mesmo tempo, era útil para “guardar o parceiro”, onde os machos de certa forma controlavam as fêmeas para reduzir a competição de espermatozoides.

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Assim, segundo os pesquisadores, esse sistema de acasalamento era provavelmente dominado por machos.