Alguns planetas possuem órbitas que estão caminhando diretamente para suas estrelas. Agora um grupo de pesquisadores acredita ter descoberto o porquê alguns mundos estão nessa espiral mortal.

Um estudo recente sugeriu que estrelas devorando um dos seus planetas é mais comum do que pensávamos, acredita-se que 1 a cada 12 já tenha feito isso, no entanto, até então não sabíamos porque isso acontecia. No estudo publicado no The Astrophysical Journal Letters, uma equipe de pesquisadores internacionais sugeriu o motivo para esses planetas estarem indo direto para suas hospedeiras.

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Como os planetas entram em espirais mortais:

  • O estudo investigou um planeta júpiter quente conhecido como WASP-12b, que está orbitando uma estrela semelhante ao Sol;
  • Os pesquisadores revelaram que a órbita espiral mortal esteja sendo causada pela transferência de poderosas ondas de marés;
  • No entanto, a dissipação da energia orbital também está sendo causada pelo campo magnético estelar.
1  cada 12 estrelas já devorou um de seus planetas (Crédito: Gerado por Inteligência Artificial/ shutterstock)
1 cada 12 estrelas já devorou um de seus planetas (Crédito: Gerado por Inteligência Artificial/ shutterstock)

O estudo focou em investigar esse tipo de órbita em planetas conhecidos como “Júpiteres quentes”, mundos gigantes que estão tão próximos de suas estrelas que são extremamente quentes e completam suas órbitas em apenas alguns dias ou horas terrestres. Os pesquisadores concentraram-se num planeta conhecido como WASP-12b, a cerca de 1400 anos-luz de distância da Terra.

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Acredita-se que daqui cerca de 3 bilhões de anos o WASP-12b irá colidir com sua estrela, uma anã amarela semelhante ao Sol. Na pesquisa, descobriu-se que o campo magnético da estrela pode estar dissipando a energia gravitacional e causando o decaimento da órbita.

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Júpiteres quentes em órbitas mortais 

Em sistemas compostos por estrelas e Júpiters quentes, poderosas ondas de maré fazem com que a energia orbital seja transferida do planeta para dentro da estrela. Quando isso acontece, a órbita do planeta diminui, fazendo com que ele se aproxime ainda mais da estrela. No entanto, os pesquisadores acham que tem algo mais em WASP-12b: o campo magnético da estrela também parece estar dissipando a energia orbital.

Júpitres quentes são planetas gigantes muito próximos da suas hospeiras, o que faz com eles sejam muito quentes e tenham uma órbita de apenas alguns dias ou horas terrestres (Crédito: Nazarii_Neshcherenskyi/ Shutterstock)
Júpiteres quentes são planetas gigantes muito próximos de suas hospedeiras, o que faz com eles sejam muito quentes e tenham uma órbita de apenas alguns dias ou horas terrestres (Crédito: Nazarii_Neshcherenskyi/ Shutterstock)

Quando as ondas de maré adentram a estrela, elas colidem com o campo magnético e são convertidas em ondas magnéticas para fora, fazendo com que eventualmente elas dissipem a energia orbital. Esses mecanismos iniciam-se quando a estrela atinge uma certa idade, e até agora o único planeta que sabemos que está em uma espiral mortal é WASP-12b, mas isso pode mudar.

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Com esta nova visão, poderemos realmente conseguir prever quando certos planetas iniciarão esse processo, e as nossas descobertas ajudarão a orientar os astrônomos observacionais que desejam testemunhar o decaimento orbital.

Nils de Vries, membro da equipe de pesquisa, em comunicado

Essas descobertas permitiram aos pesquisadores prever quando as órbitas de Júpiteres quentes irão decair e compararam com observações recentes. Estrelas próximas ao Sol podem ser bons alvos de pesquisa no futuro.