Região hiperativa do Sol produz megaexplosão X4.5

O episódio marca a 4ª explosão X desde 3 de maio, tornando o grupo AR3663 a região mais ativa do Ciclo Solar 25 até agora
Flavia Correia07/05/2024 06h00, atualizada em 07/05/2024 11h21
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Representação artística de uma explosão solar violenta. Crédito: Twin Design -Shutterstock
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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, neste domingo (5), o agrupamento de manchas solares designado AR3663 desencadeou 10 erupções, sendo oito de grau moderado (M) e duas de grau forte (X). 

Na segunda-feira (6), como era esperado, mais uma poderosa explosão foi detectada na mesma região hiperativa, desta vez do tipo X4.5, uma das mais fortes dos últimos tempos – atrás apenas de uma X6.37 produzida em fevereiro.

Crédito: NASA / SDO / AIA / EVE /HMI Science Teams / helioviewer.org/Reprodução

Vamos entender:

  • O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
  • A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
  • Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. 

Leia mais:

Quarta erupção solar do tipo X em três dias

De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, a radiação da erupção causou um apagão profundo de ondas curtas ao redor do Oceano Índico. Marinheiros e operadores de rádio amador podem ter notado perda de sinal em frequências abaixo de 30 MHz por até 30 minutos após o pico da explosão, que foi às 15h35 (pelo horário de Brasília).

O episódio marca a 4ª explosão X desde 3 de maio (X1.6, X1.2, X1.2, X4.5), tornando o grupo AR3663 a região mais ativa do Ciclo Solar 25 até agora. O aglomerado está queimando com tanta frequência porque tem um campo magnético “beta-gama-delta” instável, no qual polaridades opostas estão colidindo em proximidade explosiva.

É esperado que pelo menos uma CME alcance a Terra até quinta-feira (9) como resultado dessa recente metralhadora de explosões solares de classificação máxima em AR3663. Meteorologistas da NOAA estimam uma chance de 50% de mais explosões X nas próximas 24 horas nesse mesmo local.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.