A Microsoft, uma das maiores empresas do mundo, já vinha dando indícios de que entraria de cabeça no mercado mobile, ou seja, aquele feito para celulares. Em outubro do ano passado, o CEO da companhia, Satya Nadella, admitiu ter cometido um erro ao deixar de lado esse segmento, incluindo a decisão, lá atrás, de abandonar a criação do Windows Phone.

Arrependimentos à parte, a big tech acaba de oficializar sua entrada neste mundo – e a novidade promete abalar as estruturas do mercado. Não, a Microsoft não vai reviver os planos de lançar um aparelho celular próprio. Em vez disso, a empresa vai lançar uma loja própria de aplicativos, batendo de frente com a App Store, da Apple, e a Play Store, do Google.

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O anúncio foi feito pela presidente do Xbox, Sarah Bond, em entrevista à Bloomberg. E ela explicou que o lançamento está muito próximo: será em julho deste ano!

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Como será a loja da Microsoft

  • O nome ainda não foi divulgado, mas eu votaria em algo como Micro Store (haha).
  • A princípio, a empresa não deve enfrentar as gigantes e já estabelecidas no mercado App Store, da Apple, e Play Store, do Google.
  • As duas concorrentes exercem praticamente um monopólio dentro desse segmento, sendo as lojas quase exclusivas dos sistemas Android e iOS.
  • A empresa de Bill Gates vai começar devagar, quietinha, na dela…
  • O plano inicial é oferecer jogos próprios da Microsoft e conteúdo adicional para esses games.
  • Com o tempo, a loja começará a abrir as portas para desenvolvedores externos.
  • E como ela vai atrair esses outros desenvolvedores? Com taxas mais baratas e vantajosas.
  • A Apple trava há um bom tempo uma batalha contra o estúdio Epic Games, responsável por Fortnite.
  • E a discussão gira em torno justamente do preço cobrado pela dona do iPhone para as marcas exponham seus games.
  • A questão tomou proporções tão grandes que virou assunto de justiça e até mesmo a União Europeia teve de intervir.
Ícone da App Store da Apple ao lado de ícone da Epic Games
(Imagem: mundissima/Shutterstock)
  • Outra grande jogada da Microsoft nesse negócio será hospedar sua loja na web, na internet.
  • Isso, segundo Sarah Bond, vai permitir que a Micro Store (ou seja lá como será chamada) seja “acessível em todos os dispositivos, em todos os países, independente das políticas de ecossistemas fechados”.
  • Ou seja, ela ficará disponível para donos de iPhone, de Android e até mesmo na Coreia do Norte (se o ditador não bloquear o acesso).

Movimentos de mercado

Esse projeto da Microsoft só foi possível graças à compra da Activision Blizzard, em outubro do ano passado. A princípio, o acordo de quase US$ 70 bilhões, o maior da história dos games, parecia ter sido feito de olho no principal jogo da empresa: o shooter Call of Duty.

É claro que a Microsoft vai lucrar com CoD, mas o negócio é muito mais complexo. A Activision Blizzard também controla o estúdio King, criador do fenômeno mobile Candy Crush. E esse talvez seja o aspecto mais importante da transação.

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Ao lançar uma loja própria de aplicativos, a companhia precisaria de um carro-chefe, um jogo forte para convencer as pessoas a comprar lá (ainda mais na fase inicial, sem desenvolvedores externos). E não seria o CoD, uma vez que a maioria dos seus jogadores está nos consoles e no PC. Candy Crush assume esse papel.

jogos activision blizzard
Imagem: Shutterstock

As grandes empresas focam cada vez mais nesse segmento mobile. E o motivo é o dinheiro. Um relatório divulgado no começo deste ano pela Allied Market Research mostra que o setor gerou uma receita de US$ 90,6 bilhões em 2022.

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Isso corresponde a mais de 25% do total do faturamento global com games. Ou seja, uma empresa que deseja lucrar com isso precisa necessariamente estar nos celulares também.

E a previsão é de um mercado em expansão. Essa mesma pesquisa afirma que o setor deve atingir a impressionante cifra de US$ 270 bilhões até 2032. Fazendo a conversão, estamos falando em mais de R$ 1,3 trilhão. Sim, vídeo game é coisa séria.

As informações são da Bloomberg.