A erupção do vulcão Tonga, em 2022, quebrou vários recordes e foi uma das mais intensas dos últimos anos. O episódio continua sendo estudado e cientistas agora sugerem uma nova explicação para o fenômeno.

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Reação entre rochas vulcânicas e gás

Pesquisas anteriores indicaram que a erupção subaquática foi alimentada por duas câmaras de magma em fusão, mas exatamente o que provocou a explosão ainda é um mistério. Segundo a nova hipótese, a erupção pode ter sido desencadeada por uma reação entre as rochas vulcânicas e o gás subindo das profundezas do vulcão.

Modelos anteriores assumiram a interação magma-água do mar, mas considerações de transferência de calor mostram que isso é insustentável e evidências diretas não são fornecidas por dados de satélite. Agora está bem estabelecido que ocorrem reações rápidas entre os teores [de dióxido de enxofre] e [cloreto de hidrogênio] dos gases magmáticos para produzir minerais, incluindo anidrita, quartzo e sulfetos à medida que se expandem da fonte para a superfície. Sua formação leva a um sufocamento dos caminhos do fluxo e potencialmente à vedação do fluxo de gás através do vulcão.

Estudo publicado no Journal of Volcanology and Geothermal Research

O gás confinado dentro do vulcão provavelmente se acumulou ao longo de vários meses e depois atingiu um “ponto crítico” quando a pressão rompeu a vedação, provocando a enorme explosão. A energia acumulada no subsolo foi tão grande que criou uma nuvem de cinzas de 58 quilômetros e abriu uma cratera de 850 metros de profundidade e quase 3 quilômetros de largura.

Erupção
Erupção do vulcão submarino em Tonga registrada a partir do espaço (Imagem: reprodução/NASA)

Erupção histórica

  • A erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, localizado no Oceano Pacífico Sul, aconteceu no dia 15 de janeiro de 2022 e lançou uma quantidade sem precedentes de vapor d’água na estratosfera, estimada em 150 megatoneladas.
  • Segundo os pesquisadores, somado ao material vulcânico e rochas liberadas pelo vulcão, o fenômeno causou a destruição quase imediata de 5% da camada de ozônio na região do Pacífico.
  • Além disso, a força da explosão desencadeou o primeiro megatsunami conhecido desde a antiguidade.
  • As ondas chegaram aos 90 metros de altura, nove vezes maiores que o tsunami que devastou o Japão em 2011.
  • A força da explosão ainda causou a tempestade de raios mais intensa já registrada, com 2,6 mil raios por minuto, que pôde ser observada do Espaço e afetou o funcionamento de vários satélites. 
  • As informações são do Live Science.