Em janeiro de 2022 a humanidade registrou sua explosão atmosférica mais poderosa do mundo e um número recorde de relâmpagos por minuto, tudo isso devido a uma erupção vulcânica do Hunga Tonga-Hunga Ha’apai.

O vulcão é localizado no sul do Oceano Pacifico começou a entrar em erupção ainda em dezembro de 2021, mas seu evento mais explosivo foi acontecer apenas em 15 de janeiro de 2022 e durou cerca de 11 horas.

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Apesar de estar localizado a cerca de 150 metros de profundidade, a explosão chegou a lançar na atmosfera uma nuvem de fumaça que atingiu 58 quilômetros de altura com uma taxa de erupção de 5 bilhões de quilos de material por segundo.

Existem limites teóricos para a altura que uma pluma pode atingir e a velocidade da taxa de erupção, e a erupção de Hunga Tonga simplesmente esmagou todos eles.

Alexa Van Eaton, principal autora do estudo, em resposta ao Space.com

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Tempestade de relâmpagos

Outro recorde quebrado pelo vulcão Hunga Tonga foi o número de relâmpagos. A tempestade que se originou a partir da pluma da erupção causou 2600 flashes por minuto em seu pico, ao todo foram registrados 192 mil flashes durante as 11 horas. 

Os raios aconteceram a uma altitude sem precedentes, a cerca de 20 a 30 quilômetros e foram registrados por uma rede de antenas de rádio projetadas para registrar tempestades e dois satélites em órbita, o satélite GOES-17, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), e o Himawari-8, administrados pela Agência Meteorológica Japonesa.

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De acordo com as imagens de satélite, os raios não aconteceram de forma aleatória, mas sim ao longo de diversos anéis concêntricos e pareciam estar ligados a cada explosão do vulcão. 

A nuvem era tão grande que ao se espalhar para fora do centro das erupções formou ondas de pressão oscilante, também conhecida como onda de gravidade, que possuía 10 quilômetros de extensão da crista à depressão.

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As explicações para o surgimento dos relâmpagos dentro dessa tempestade pode ser explicada de duas formas. Uma onde o gradiente de cargas elétricas, que desencadeia os raios, foi formado a partir dos cristais de gelo resultantes da água injetada na atmosfera pela erupção e outra devido aos fragmentos de rocha e magma lançados no ar, que podem ter acontecido ao mesmo tempo.

Apesar dos anéis de relâmpagos já terem sido observados, foi a primeira vez que vários foram vistos juntos. Além disso, geralmente em seus centros não há raios, mas no vulcão Tonga, após a passagem da onda de gravidade, eles começaram a acontecer.

Detecção da erupção no Tonga e tempestades em outros mundos

Esses relâmpagos foram essenciais para a rápida detecção da erupção já que são percebidos pelas antenas de rádio praticamente na mesma hora que acontecem, enquanto a uma coluna vulcânica é percebida por satélites cerca de 10 minutos após o início da explosão,

Além de quebrar recordes, a erupção do Hunga Tonga também pode explicar melhor sobre a atividade vulcânica da Terra primitiva e a detectada em outros planetas. A explosão do vulcão é classificada como phreatopliniano, que nessas proporções só foram observadas no registro geológico de bilhões de anos atrás. Em outros mundo, como Vênus e as luas Io e Europa de Júpiter, e Enceladus de Saturno, ela pode mostrar como tempestades de raios acontecem por lá.

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